O Sindicato dos Trabalhadores da Unicamp (STU) entregou à Reitoria da Unicamp, nesta quarta-feira (13), uma pauta com quatro propostas de discussão sobre a implantação do ponto eletrônico na Universidade. A Administração Central se comprometeu a dar resposta até sexta-feira (15). Cerca de 35 pessoas — entre elas, representantes do STU, da Associação de Docentes da Unicamp (Adunicamp) e da Reitoria — reuniram-se na sala da Pró-Reitoria de Pós-Graduação (PRPG) durante aproximadamente uma hora.
Os funcionários administrativos da universidade decidiram manter a greve, que começou em 28 de agosto e que é motivada pela implantação do ponto eletrônico de controle de jornadas.
A pauta foi entregue ao chefe de Gabinete do Reitor, Paulo Cesar Montagner, que propôs o prazo de dois dias para análise e resposta. Antes disso, Montagner propôs, durante sua fala de abertura da reunião, a criação de uma agenda de reuniões com as entidades representativas dos funcionários e dos docentes da Unicamp para discutir a implantação do ponto eletrônico.
“Queremos criar um calendário de trabalho. A ideia é sairmos daqui com uma ação imediata de negociações.”
Na pauta do STU, a primeira proposta é a suspensão do calendário de implementação do ponto eletrônico; a segunda é a revisão do Termo de Ajuste de Conduta (TAC) “com audiência entre o Ministério Público, Reitoria, STU e Adunicamp”; a terceira, incluir a pauta na reunião do Conselho Universitário (Consu) marcada para o dia 26/9, com o objetivo de rever a decisão da CAD; e a quarta, a abertura de calendário de negociação entre Sindicato e Reitoria.
O reitor Antonio José de Almeida Meirelles pontuou que o TAC foi legitimado com a aprovação pela Câmara de Administração (CAD) no dia 4 de setembro, reforçando que todos os procedimentos legais foram cumpridos.
“Estou no cargo de reitor e tenho protocolos a obedecer. Tenho restrições que cumprirei”, disse o reitor.
De acordo com Meirelles, há diferentes formas de interpretar a questão. Ele não é contra que as entidades procurem o Ministério Público na tentativa de reverter o processo, assim como reconhece o direito de greve dos trabalhadores, mas afirma que houve abertura de diálogo com as entidades e que, por fim, ele assinou um compromisso como representante da Universidade, que consiste na mudança da forma de controle de jornada, do papel para o eletrônico.
A diretora do STU, Elisiene do Nascimento Lobo, destacou que todos os quatro pontos da pauta do STU foram deliberados pelo comando de greve. “Queremos sair daqui com êxito de forma respeitosa e transparente.”
A presidente da Adunicamp, Maria Silvia Viccari Gatti, fez a leitura de uma carta sobre o posicionamento da entidade que representa os professores e pesquisadores.
“A Adunicamp considera que, desde seu início, 14 anos atrás, esse processo não foi adequadamente conduzido”, diz a carta. De acordo com o texto, ações propositivas de gestões anteriores poderiam ter evitado a criação do atual impasse.
“Diferentes reitorias se sucederam ao longo do período e não chamaram as entidades para discutir, submeteram a universidade como um todo a uma situação de desqualificação do seu papel na sociedade. (…) Se há uma demanda do Ministério Público, é porque erros aconteceram. Temos que admiti-los, enxergar esses erros e buscar soluções. É o que viemos fazer aqui hoje. Precisamos ouvir, dialogar e propor soluções. Ao mantermos de cada lado posições imutáveis, não vamos avançar. Temos que nos posicionar responsavelmente pela solução, e não pela manutenção do conflito”, conclui a carta. (Com informações da Unicamp)