O atual governador de São Paulo e candidato à reeleição, Rodrigo Garcia (PSDB), é o segundo entrevistado desta semana pelo portal Hora Campinas. A sabatina envolve os três candidatos ao governo mais bem posicionados nas pesquisas eleitorais. Para todos eles foram feitas as mesmas dez perguntas, que tratam de temas importantes para a Região Metropolitana de Campinas (RMC).
O ex vice-governador, que assumiu a gestão do estado após a renúncia de João Doria (PSDB), que tentava viabilizar sua candidatura ao Palácio do Planalto, define a Saúde como uma de suas prioridades.
Garcia promete transformar os Ambulatórios Médicos de Especialidades (AMEs) em hospitais-dia para fazer cirurgias eletivas e exames.
“E já pensando no futuro, vamos ampliar os horários de atendimento de todos os AMEs, implantar a oncologia e hemodiálise e transformar os AMEs em hospitais-dia para poder fazer estas cirurgias. Com isto, vamos acelerar o atendimento e com muito mais qualidade”, aponta.
O candidato afirma que trabalha para acabar com a fila para cirurgias eletivas até o final deste ano e aposta em um novo hospital para desafogar o Hospital de Clínicas (HC) da Unicamp. “E o meu compromisso é acabar com essas filas de cirurgias eletivas até o final desse ano. E vamos estudar para o futuro um novo hospital metropolitano, para poder compor com o Hospital de Clínicas da Unicamp”, diz.
O atual governador afirma que nos últimos anos o governo atuou para viabilizar o Trem Intercidades e que só falta um último acordo com o Governo Federal sobre o uso dos trilhos da antiga estrada de ferro. Ele projeta o lançamento da licitação no começo de 2023.
Com relação ao combate à violência, Garcia exalta ações de sua administração. “Desde que assumi, colocamos a Operação Sufoco nas ruas que dobrou o número de policiais na Capital e regiões metropolitanas. Isso tem dado resultado com o aumento das prisões e fizemos operações contra o crime organizado com dezenas de prisões de chefes do tráfico. Tudo isto contribui para a melhoria dos indicadores de criminalidade”, aponta.
Ele também lembra que no caso da violência contra as mulheres, houve a ampliação das Delegacias de Defesa da Mulher e atendimento 24 horas, que serão mantidos nos próximos anos na hipótese de sua reeleição.
Para a população paulista mais carente, o candidato afirma que baixou o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) como forma de amenizar o peso da inflação. Agora, ele promete que vai criar o Cartão do Bom Prato, que dará R$ 300 para a compra de alimentos, além de R$ 50 para a compra de absorventes e higiene pessoal todos os meses. Garcia aposta também no ensino técnico para a qualificação da mão de obra e aumento da empregabilidade.
CONFIRA A ENTREVISTA COM O CANDIDATO:
Hora Campinas – O longo tempo de espera e a baixa qualidade nos atendimentos são alguns dos problemas da Saúde. Qual o modelo que será aplicado para resolver essas e outras deficiências ligadas ao setor, como a falta de estrutura para exames, por exemplo? Para Campinas, há algum projeto específico nessa área?
A demanda por exames e cirurgias eletivas aumentou muito devido ao acúmulo causado pela pandemia, quando tivemos a interrupção destes atendimentos. Mas o governo do estado preparou um plano pós-pandemia que já está em andamento, são os nossos mutirões das cirurgias e nos exames. Colocamos toda nossa rede hospitalar e de AMEs para correr a fila e também estamos no setor privado comprando e ampliando este atendimento. Vamos fazer 75 mil procedimentos por mês com o objetivo de até o fim deste ano zerar estas filas. E já pensando no futuro, vamos ampliar os horários de atendimento de todos os AMEs, implantar a oncologia e hemodiálise e transformar os AMEs em hospitais-dia para poder fazer estas cirurgias. Com isto, vamos acelerar o atendimento e com muito mais qualidade.
A Unicamp é referência na área de saúde para diversos municípios da região de Campinas. Há um planejamento visando a ampliação de recursos para o Hospital de Clínicas da Unicamp?
Nós estamos abrindo aqui na região de Campinas o Hospital de Cabeça e Pescoço, ali dentro do complexo do Hospital das Clínicas da Unicamp, isso vai melhorar o atendimento de combate ao câncer aqui na região. Então, nós temos feito um trabalho grande. Na região de Campinas a gente conseguiu já realizar mais 5 mil cirurgias nesses últimos um mês e meio, nesse Mutirão de Cirurgias. E o meu compromisso é acabar com essas filas de cirurgias eletivas até o final desse ano. E vamos estudar para o futuro um novo hospital metropolitano, para poder compor com o Hospital de Clínicas da Unicamp.
Existe algum projeto que o senhor planeja implantar utilizando como recurso uma parceria com a Unicamp? E de que maneira o senhor pretende utilizar a Unicamp para contribuir na solução de problemas na região de Campinas?
Campinas é um centro de excelência e inovação vindo das suas instituições de pesquisa como os institutos agrícolas e as suas universidades. São Paulo é o estado que acredita e apoia a ciência, e assim continuaremos. A Unicamp é e sempre será parceira da população de São Paulo na produção de conhecimento. A proximidade das universidades com a sociedade tem que ser constante e crescente para que sejam sujeitos ativos do desenvolvimento.
A Região Metropolitana de Campinas tem sofrido com a criminalidade e o feminicídio tem se tornado cada vez mais comum. Como o senhor pretende gerir a segurança pública e enfrentar essas questões mais específicas?
Desde que assumi, colocamos a Operação Sufoco nas ruas que dobrou o número de policiais na Cpital e regiões metropolitanas. Isso tem dado resultado com o aumento das prisões e fizemos operações contra o crime organizado com dezenas de prisões de chefes do tráfico. Tudo isto contribui para a melhoria dos indicadores de criminalidade.
Mas ninguém aqui está satisfeito, é uma guerra permanente. No caso da violência e crime contra as mulheres, tolerância zero com este tipo de brutalidade.
Ampliamos as DDMs e o atendimento 24 horas e continuaremos a fazê-lo nos próximos quatro anos. Acabamos de implantar atendimento jurídico gratuito às mulheres em situação de vulnerabilidade sob proteção. Só com políticas de tolerância zero iremos coibir a violência contra a mulher.
ICMS e IPVA são impostos que têm corroído a renda das famílias, principalmente no momento atual em que os salários estão achatados. Existe alguma alternativa para a diminuição dos valores dos impostos?
Nós já fizemos. Fui o primeiro governador a baixar o ICMS dos combustíveis, do gás de cozinha e da eletricidade. Também suspendi o reajuste dos pedágios e aumentamos o valor pago às famílias de baixa renda para o Vale Gás de R$ 100 para R$ 110,00. Foram medidas para reduzir o sofrimento das famílias diante da inflação.
E temos em andamento o maior programa de proteção social da história de São Paulo, o Bolsa do Povo, que apoia mães, trabalhadores e estudantes, evitando a evasão escolar no Ensino Médio.
Para o futuro, vamos zerar o ICMS para as famílias de baixa renda dentro do CadÚnico, reduzindo o preço principalmente dos alimentos, vamos ampliar as unidades fixas e móveis dos restaurantes Bom Prato e vamos criar o Cartão do Bom Prato com R$ 300,00 para a compra de alimentos e acoplamos as mulheres que estão no CadÚnico, mais R$ 50,00 para a compra de absorventes e higiene pessoal todos os meses.
A informalidade tem tomado conta do mercado de trabalho e em Campinas isso é muito evidente. De que forma o estado pode ser um indutor da economia para gerar emprego e renda na região, que é rica nos setores de indústria e serviço?
A geração de empregos de qualidade passa pela atração de investimentos privados com segurança jurídica e infraestrutura privilegiada e formação e qualificação de mão de obra. O futuro deste emprego está na formação de nossos jovens com um Ensino Médio integrado ao Ensino Técnico, o MédioTec, que quero implantar e que abrangerá todos os estudantes. Levar o padrão das ETECs e Fatecs para todos os jovens. Só assim atrairemos mais empresas de tecnologia, serviços e inovadoras.
Como o senhor pretende superar as divergências ideológicas que possam surgir na relação com os prefeitos nesse momento de polarização política, de modo que a população não seja prejudicada?
Não há um só município no estado de São Paulo que não tenha uma ou duas obras do governo do estado em andamento ou entregues nestes últimos anos. Não há distinção de partidos ou ideologia. Conforme já tenho dito nas minhas andanças, a ideologia não resolve problema da vida de ninguém, ao contrário, só atrapalha. Precisamos olhar para frente e nos juntar para buscar soluções. Estamos num momento crucial da nossa economia com desemprego alto e uma população de desalentados, que precisam do apoio do estado.
O Trem Intercidades que ligará Campinas a São Paulo sairá do papel no seu governo? De que forma ele pode ser implantado?
Será uma PPP, uma parceria com setor privado e com grande participação de recursos do estado. Esse foi um trabalho que a gente realizou nesses últimos três anos, o projeto está pronto, nós estamos aguardando agora o último acordo com o Governo Federal em relação ao uso dos trilhos da estrada de ferro antiga, para que a gente possa colocar essa licitação logo no começo de 2023, para que o mercado se viabilize e a gente tenha a realização de um sonho.
O transporte ferroviário é mais barato e polui menos numa comparação com o transporte rodoviário. Existe algum planejamento para o aproveitamento maior desse tipo de transporte, levando-se em conta também a saturação do sistema viário de São Paulo?
A malha ferroviária é concessão federal, portanto o estado pode e deve entrar em entendimentos com o Governo Federal para melhor aproveitamento desta malha, como é o caso que estamos fazendo com o Trem Intercidades, onde temos uma linha férrea de passageiros até Jundiai e vamos prolongá-la até Campinas e ampliá-la para o trem de média e alta velocidade. Este modelo deve servir de parâmetro para outras regiões do estado. Nós aprovamos na Assembleia o plano ferroviário do estado, que tenho certeza, será a base para todos os projetos de ampliação.
Qual a sua mensagem para a população de Campinas e região?
Peço que a população, neste momento importante de escolha do que queremos para o nosso estado de São Paulo, olhe para a história de cada um dos candidatos, o que ele fez por São Paulo, todas as conquistas da sociedade em que ele participou e compare as trajetórias. Eu sou um velho servidor público de São Paulo, dedico minha vida à gestão pública e às pessoas há 25 anos.
Amo São Paulo e quero preservar as nossas conquistas. Não falo mal de São Paulo, quero olhar para frente, olhar para o futuro.
Compare os nossos programas de governo, acompanhe minhas ideias e minhas andanças pelas minhas redes sociais @rodrigogarciaoficial e faça suas escolhas. Minha história, minha experiência estão aí para todos avaliarem. Espero contar com todos no dia 2 de outubro.