A Secretaria de Saúde de Campinas realiza neste sábado, 16 de dezembro, um mutirão no Jardim Eulina para combate a criadouros do mosquito Aedes aegypti, transmissor do vírus da dengue. O bairro é um dos sete em alerta para elevado risco de transmissão da doença e a Pasta faz um apelo para que a população facilite as ações das equipes e colabore.
A ação no Jardim Eulina será realizada das 8h30 às 12h e vai mobilizar 114 pessoas, incluindo todos os trabalhadores das equipes contratadas pela Administração para atuar nos serviços de visita aos imóveis e, com isso, remover possíveis criadouros do mosquito.
Campinas declarou epidemia da doença em abril e a Saúde destacou que o esforço do poder público e população é imprescindível para evitar uma explosão de casos e risco de novos óbitos pela doença. Neste ano, a metrópole já teve 10.173 casos e três mortes.
A previsão é de que as equipes atuem em 4 mil imóveis localizados em 192 quarteirões.
O pedido da Saúde é para que os moradores do Jardim Eulina liberem acesso às casas e coloquem criadouros para fora. O trabalho terá apoio de um caminhão cata-treco para recolher os materiais inadequados e de um carro de som para alertar a população.
A medida ocorre em meio ao contexto de preocupação da Secretaria de Saúde com a reintrodução dos vírus tipos 3 e 4 da doença. Por enquanto, não há registros na metrópole. O mutirão faz parte das ações realizadas pela Administração que visam evitar uma nova explosão de casos confirmados da doença e risco de novos óbitos.
“Várias ações já foram realizadas no Jardim Eulina, incluindo visita aos imóveis com orientação à população e remoção de criadouros, além da aplicação de larvicida e inseticida na área. Estamos num momento de retornar aos imóveis fechados ou com recusa visando atingir o maior número possível de casas trabalhadas. Nesse momento, além de denunciar possíveis focos, também é importante que a população cuide do espaço e informe aos seus vizinhos, principalmente os que não receberam os agentes, a não deixar água parada” destacou a agente de controle ambiental supervisora geral do Departamento de Vigilância em Saúde (Devisa), Adriana Guidetti. Ela é responsável por coordenar as ações de campo.
O coordenador do Programa de Arboviroses, Fausto de Almeida Marinho Neto, frisou que a Prefeitura mantém ações ininterruptas de combate e prevenção à dengue no município, com eliminação de criadouros, ações educativas e de mobilização da sociedade e organização e limpeza da cidade. “No entanto, é preciso contrapartida da sociedade. As pessoas precisam eliminar criadouros, tudo o que possa acumular água, e dar a destinação correta ao lixo. A melhor forma de combate à dengue é não deixar o mosquito se proliferar”.
Riscos com tipos 3 e 4
Neste momento, 846 casos são investigados. Além disso, em outubro, a avaliação de densidade larvária quase triplicou em um ano: era 0,5 em 2022 e chegou a 1,4 neste ano.
A preocupação da Saúde com os tipos 3 e 4 da dengue decorre da ausência destes vírus nos últimos anos, o que torna crianças e adolescentes, além de adultos ou idosos que não tiveram a doença, mais vulneráveis por causa da falta de anticorpos contra as infecções: o tipo 3 não é verificado há 14 anos, e o tipo 4 foi registrado pela última vez há nove anos.
Além disso, há risco de dengue grave quando uma pessoa é infectada por tipo diferente ao anterior. Outros municípios brasileiros já registraram casos do 3 e 4.
“Campinas possui muita competência para o enfrentamento das arboviroses, conta com equipe técnica de profissionais bem preparados que atuam de forma qualificada. Além disso, através da articulação intersetorial, toda a administração pública está empenhada em atuar contra o mosquito e proteger a saúde da população. Mas essa luta contra o mosquito é de todos nós, juntando forças da Prefeitura e da população poderemos enfrentar este mosquito e evitar uma situação complicada nos próximos meses. Então faça sua parte, receba os agentes na sua casa, remova os criadouros e não deixe água parada” destacou a articuladora da intersetorialidade no Comitê de Prevenção e Controle de Arboviroses, Priscilla Pegoraro.
Combate à doença
A luta contra as arboviroses exige uma contrapartida da sociedade. A Prefeitura mantém um programa de controle e prevenção da doença, mas cada cidadão precisa colaborar destinando corretamente resíduos e evitando criadouros. Levantamento do Departamento de Vigilância em Saúde (Devisa) diz que 80% dos criadouros estão dentro das residências.
Para acabar com a proliferação do mosquito é preciso evitar acúmulo de água, latas, pneus, pratos de plantas e outros objetos. É importante, também, vedar a caixa d’água e manter fechados os vasos sanitários inutilizados.
A dengue provoca febre alta e repentina, dores no corpo, manchas vermelhas na pele, vômito e diarreia. Caso tenha estes sintomas, o morador deve procurar uma das unidades de saúde de Campinas para receber atendimento médico.