O secretário de transportes de Campinas, Vinícius Riverete disse nesta terça-feira (11), que o edital de licitação do sistema de transporte lançado em 2019 vai ser revisto, numa tentativa de tornar a concorrência mais atraente. Para isso, admite a possibilidade de ampliar o tempo de contrato.
A licitação feita durante o governo Jonas Donizette e que acabou suspensa, previa a concessão do sistema pelo prazo de 15 anos, prorrogáveis por mais cinco. “Não estou dizendo que isso (aumento do tempo) vai acontecer, mas essa é uma possibilidade”, disse o secretário.
“Estamos herdando uma concessão de 15 anos, mas temos de aproveitar o momento para fazer um edital que dê coerência e que apareça interessados”, disse. “Em São José (dos Campos), por exemplo, fizeram uma esses dias, e deu deserta”, afirmou.
Para Riverete, o novo edital terá de ser mais “realista”, adequado ao novo momento do País e da cidade.
O secretário avalia que o pós-pandemia vai provocar forte um impacto no sistema de transporte público. “A possibilidade de aumento do home-office é muito grande”, disse ele, avaliando que isso poderá provocar uma queda significativa no número de passageiros. Diz que já vem enfrentando esse problema. “Tínhamos 600 mil passageiros dia. Agora temos 250”, afirmou. Ele lembra ainda o aumento de passageiros que passaram a optar pelo uso de veículos de aplicativos de transporte.
Por isso, afirma ele, a licitação terá de ser revista. Haveria adaptações, por exemplo, nos trajetos – que teriam ser menores; menos demorados. Outro ponto, seria a redução de ônibus elétricos. “Não adianta dizer que vamos colocar mil ônibus elétricos, porque não vamos”, afirmou.
A concorrência de 2019 previa a possibilidade de uma frota de perto de 800 ônibus, que seria renovada após um prazo de transição de dois anos e, quase a metade seria composta por veículos elétricos, entre eles, os articulados que iriam operar nos corredores BRT.
A licitação do governo anterior previa a incorporação de 319 ônibus elétricos à frota operacional, representando em torno de 44% do total de veículos. Os assentos em ônibus elétricos representariam mais de 52% do total da nova frota.
A licitação redesenhou a cidade com seis áreas operacionais do transporte (hoje são quatro) e a demarcação da chamada “Área Branca” – uma região de circulação do transporte coletivo no Centro, restrita a veículos de energia limpa, como ônibus elétricos ou de tecnologia não poluente. Essa Área Branca tem três quilômetros quadrados e sete quilômetros de perímetro.
Riverete diz que tem prazo até dezembro para lançar o edital, mas disse acreditar que o trabalho estará concluído em outubro.