O vice presidente da CPI da Pandemia, senador Randolpe Rodrigues (Rede-AP) deverá encaminha nesta segunda-feira (28), uma representação contra o presidente Jair Bolsonaro à Procuradoria Geral da República (PGR) por crime de prevaricação. Para o senador, o presidente não determinou a apuração de um suposto esquema de corrupção envolvendo a compra da vacina indiana Covaxin.
A representação tem como base o depoimento do deputado federal Luis Miranda (DEM-DF) na Comissão de Inquérito, em que afirmou ter levado ao presidente provas de irregularidades na contratação das vacinas, num negócio de R$ 1,6 bilhão. Bolsonaro teria dito que iria tomar providências e chegou a dizer – segundo o depoimento do deputado – que isso teria relação com o deputado Ricardo Barros (PP-PR) – o líder do governo na Câmara.
De acordo com Randolpe, o encontro entre Luis Miranda e o presidente teria ocorrido no dia 20 de março, mas até o dia 25 de junho, Bolsonaro não havia determinado a abertura de investigação. Ao contrário. Anunciou que a Polícia Federal iria investigar o servidor concursado do Ministério da Saúde, Luiz Ricardo Miranda – irmão do deputado – e que foi quem identificou e denunciou as irregularidades.
“Não tem situação mais grave do que a que nós ouvimos hoje”, disse Randolfe, na sexta-feira (25). “Não há, na história das comissões parlamentares de inquérito, nas duas circunstâncias de impeachment que nós tivemos na história republicana desde 1988, algo tão grave. Basta se reportar aos dois impeachments que já houve nos últimos 30 anos. Não chega a um terço da gravidade do que estamos vendo nesta CPI e do que nós vimos no dia de hoje”, apontou o senador.
Gravidade
O presidente da comissão, senador Omar Aziz (PSD-AM), afirmou que gravidade dos fatos apontados no depoimento dos irmãos é maior do que se imagina, especialmente pelo fato de o deputado apontado como mentor do esquema ser líder do governo na Câmara. O fato de ele ter sido autor de emenda que possibilitou a compra da vacina também foi lembrado pelos integrantes da CPI.