A Regional Campinas do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo divulgou nota na qual presta solidariedade aos profissionais agredidos por bolsonaristas golpistas que ainda estavam presentes no acampamento montado há mais de dois meses nas imediações da Escola Preparatória de Cadetes do Exército (EsPCEx), no Jardim Chapadão. O acampamento acabou depois da ordem federal para que houvesse a desmobilização dessas células golpistas, organizadas diantes dos quartéis, em todo o País. O acampamento golpista de Campinas foi desfeito totalmente nesta terça-feira (10).
Na tarde desta segunda-feira (9), houve ameaças contra profissionais de imprensa que acompanhavam a desocupação do acampamento golpista localizado na porta da EsPCEx. Foram intimidados profissionais do Hora Campinas, Correio Popular, Código 19, TV Thathi e EPTV.
O diretor de base da Regional Campinas do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo, Valério Paiva, conversou com profissionais que foram ameaçados. Segundo eles, as ameaças foram violentas e partiram de um grupo de 8 pessoas.
Houve xingamentos e chutes em veículos dos profissionais.
Um dos fotógrafos, mesmo à paisana, foi identificado como jornalista e chegou a ter que sair correndo perseguido por bolsonaristas por uns quatro quarteirões. Os agressores tentavam arrancar o seu celular. Ele se abrigou próximo ao Círculo Militar e conseguiu escapar. Depois, em contato com os sues colegas, esse fotógrafo narrou que por pouco não foi atacado. “Eu estava melhor preparado fisicamente do que eles. Por isso, consegui correr”, lembrou.
Apesar da intimidação violenta, os bolsonaristas não chegaram às vias de fato contra os jornalistas. Nos últimos dias, segundo levantamento da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), outros nove profissionais de imprensa foram agredidos por bolsonaristas no País. O ex-presidente Jair Bolsonaro nunca escondeu seu desapreço pela imprensa. Essa visão contaminou seus apoiadores, que sistematicamente agridem os profissionais no exercício de sua atividade.