Passageiros de um voo da Azul entre Campo Grande e Campinas ficaram assustados e apreensivos ao serem atingidos por uma tempestade de areia, na última sexta-feira (15). O voo, que fazia a rota entre as duas cidades, decolou do Mato Grosso do Sul às 14h45. A psicóloga Cris Duarte, de 47 anos, em depoimento ao portal Campo Grande News, disse que a tempestade de areia alcançou o avião logo depois da decolagem do aeroporto de Campo Grande. “Foi questão de dois minutos, o avião decolou, aí já veio aquela nuvem de areia e imediatamente a aeronave desestabilizou”, relatou. Segundo a passageira, em seguida a turbulência ficou mais forte, e muitas pessoas passaram mal.
O medo ficou evidente entre passageiros e tripulação.
“Foi um desespero total, os passageiros começaram a passar mal, a vomitar. Deu para sentir o nervosismo dos próprios comissários, já que eles também não podiam levantar das suas poltronas por conta da turbulência”, afirmou.
Ela acredita que foram necessários 10 minutos para que a aeronave ultrapassasse a tempestade de areia. “A comandante pediu para que todos tivessem calma e disse que estava tentando conduzir a viagem com segurança, mas os passageiros sentiram que não tinha nada de comum no que nós estávamos passando. A aeronave desceu em queda livre, subiu, inclinou para direita, para esquerda, enquanto a comandante tentava desviar da tempestade, mas parecia que não tinha para onde ir”, contou ao portal.
Ainda segundo a psicóloga, a viagem até Campinas foi marcada por desconforto e muita turbulência.
A responsável foi uma frente fria que avançava do Paraguai para o Paraná, Mato Grosso do Sul e São Paulo com uma linha intensa de tempestades, com vento muito forte que se estendia por centenas de quilômetros. Esse mesmo fenômeno causou a tempestade de areia no Mato Grosso do Sul.
Uma massa de ar frio avançava pelo Norte da Argentina e o Paraguai, na retaguarda da frente fria, e reforçou muito a instabilidade frontal ao encontrar o ar muito quente que estava sobre o Norte do Paraguai, o Interior de São Paulo e o território sul-mato-grossense.
A rápida troca de massas de ar, de quente para fria, gerou vento muito intenso.
Os vendavais que levantaram uma enorme quantidade de terra e poeira, fenômeno conhecido como haboob, com rajadas perto e acima de 100 km/h, provocaram muitos estragos e deixaram a cidade de Dourados em situação de emergência. Em Corumbá, uma embarcação com 21 ocupantes virou com a força do vento e seis pessoas morreram. Uma sétima vítima ainda não foi resgatada.
O Hora Campinas procurou a assessoria da Azul Linhas Aérea para se manifestar. Assim que houver um posicionamento, atualizará as informações dessa reportagem.
Fonte: MetSul Metereologia