Os servidores terceirizados da rede municipal de Educação de Campinas fazem nova paralisação nesta quinta-feira (3) por falta de pagamento. Desta vez, segundo os funcionários, a empresa Especialy não pagou o vale-transporte e eles temem que o pagamento do salário também não seja honrado no 5º dia útil. A Prefeitura deve romper o contrato.
Esses funcionários trabalham na limpeza das unidades de ensino municipais e sob anonimato reclamam do constante atraso no pagamento de salários e benefícios.
“A empresa ficou de depositar na sexta-feira (25) o vale-transporte, depois mudou a data para segunda-feira (28). Mudando a data novamente para ontem (2) e até agora nada em nossas contas. Já sabemos quais serão as cenas do próximo capítulo”, diz uma das funcionárias, sem se identificar.
Desde o começo do mês de fevereiro, pais e alunos sentem os reflexos das paralisações promovidas pelos terceirizados da limpeza.
Os primeiros dias de paralisação, no mês passado, afetaram ao menos 60% das escolas e creches municipais, segundo balanço da Prefeitura à ocasião. De acordo com os dados, das 208 escolas e creches municipais, a paralisação atingiu 125 unidades, sendo que 80 delas pararam totalmente e 45 parcialmente. A paralisação foi iniciada na quarta-feira (9), e só voltou à normalidade no dia 15.
O contrato com a Especialy foi firmado em outubro de 2021 e a empresa possui cerca de 700 funcionários. O repasse mensal da Prefeitura é de R$ 2,5 milhões.
A Prefeitura ressalta que já deu um ultimato para a empresa Especialy, que presta serviços de limpeza nas escolas municipais. “A Secretaria de Educação exigirá o cumprimento de suas obrigações e encaminhou processo de penalização e rescisão do contrato com a empresa. A prestadora já havia sido notificada e autuada e está em curso processo para estabelecer o valor de multa”, informa.
Ainda segundo a Administração, nesta quinta-feira, novamente a Secretaria de Educação notificou a empresa para prestação de contas e para que coloque em dia suas obrigações junto aos seus trabalhadores. Uma reunião ocorrerá ainda nas primeiras horas da manhã entre representantes da Educação e da empresa.
“A Secretaria monitora neste momento as unidades, para levantar quantas foram afetadas. A Prefeitura reitera que os repasses estão em dia para a empresa – que teve os recursos bloqueados devido a uma ação judicial”, finaliza.