O final de semana começou com dor, sangue e distante da paz em territórios que seguem beligerantes. O número de vítimas mortais do ataque a uma sala de espetáculos nos arredores de Moscou, na sexta-feira, já passa de 110, segundo informações deste sábado do Comité de Investigação (CI) russo. O ataque a uma sala de espetáculos nos arredores da capital russa foi reivindicado pelo Estado Islâmico (EI).
Imagens gravadas pelos jovens que estavam no show mostram homens encapuzados atirando com metralhadoras à queima-roupa. Muitos escaparam porque se refugiaram no porão do prédio.
O último balanço dava conta da existência de 60 vítimas mortais, mas as autoridades já tinham alertado que o número poderia subir à medida que decorrem os trabalhos de busca e salvamento no local. Entre as vítimas mortais há pelo menos três crianças, segundo os dados oficiais.
As causas da morte são, de acordo com os investigadores russos, ferimentos de bala e intoxicação pelo fumo do incêndio provocado pelos terroristas.
Entretanto, o Serviço Federal de Segurança anunciou a detenção de 11 pessoas que estão relacionadas com este atentado, incluindo quatro que estiveram pessoalmente envolvidas.
O EI, que já atacou a Rússia em várias ocasiões, afirmou na plataforma de mensagens Telegram que os combatentes do grupo “atacaram uma grande concentração (…) nos arredores da capital russa”.
A organização fundamentalista afirmou que o grupo de comandos tinha depois “regressado em segurança à base”.
O atentado foi perpetrado por vários indivíduos armados na Crocus City Hall, uma sala de espetáculos situada em Krasnogorsk, nos arredores da capital russa.
Jornalistas da agência de notícias viram o edifício mergulhado em chamas, com nuvens saindo pelo telhado e uma enorme presença policial e dos serviços de emergência.
De acordo com a televisão russa, o telhado do edifício colapsou parcialmente. Não foi dada qualquer informação sobre o número de pessoas presas no interior da estrutura.

Enquanto isso na Ucrânia
Todos os dias e todas as noites, a Rússia e a Ucrânia travam uma guerra cujas maiores vítimas são a população civil. Os ataques atingem cidades e aldeias simples, sobretudo da Ucrânia. Tudo por meio de drones, mísseis e bombas teleguiadas.
Somente desde o início deste mês de março, as tropas russas utilizaram 130 mísseis de vários tipos, mais de 320 “shahedis” e quase 900 bombas aéreas guiadas.

Enquanto isso em Gaza
O Exército israelense mantém, pelo sexto dia consecutivo, a operação militar dentro do hospital Shifa, na cidade de Gaza, onde assegura ter matado cerca de 170 combatentes do Hamas e interrogado mais de 800 suspeitos.
Os combates continuam na zona de Khan Yunis e no centro do enclave.
“As Forças de Defesa de Israel e do Shin Bet continuam as operações cirúrgicas na área do hospital de Shifa, enquanto evitam danos a civis, pacientes, equipes médicas e de sanitárias”, descreve um comunicado de Israel.
O Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas, anunciou na sexta-feira que os soldados israelenses haviam detido cerca de 240 pacientes e acompanhantes, além de uma dezena de trabalhadores sanitários, e denunciou também a morte de 13 doentes dos cuidados intensivos, a maioria ligada a ventiladores, pela falta de eletricidade e acesso a medicamentos da farmácia do hospital.
O Exército israelense sublinhou que, na sexta-feira, a Força Aérea atacou cerca de 35 “objetivos terroristas” em toda a Faixa de Gaza, incluindo “centros de comando operativos, postos militares, infraestrutura pertencente a organizações terroristas”.
A Brigada Nahal continua a operar no centro de Gaza, onde nas últimas 24 horas eliminou 15 alegados milicianos, já que identificou “várias células terroristas entrincheiradas dentro de um complexo” e as eliminou com disparos de francoatiradores, um ataque com mísseis e outro com um helicóptero”.
Na zona de Khan Yunis, bastião do Hamas no sul, as tropas concentraram a atividade das últimas semanas no bairro de Al Qarara, onde eliminaram dois combatentes e atacaram um complexo militar do grupo islamita.
Em mais de cinco meses de guerra, os mortos na Faixa de Gaza superam os 32 mil, além de cerca dos 8 mil corpos sob os escombros, enquanto se espera uma ofensiva terrestre israelense em Rafah, extremo meridional fronteiriço com o Egito, onde vivem 1,4 milhão de refugiados, apesar de a comunidade internacional, sobretudos os EUA, tentarem convencer Israel a procurar alternativas para derrotar os quatro batalhões do Hamas que aí se encontram.
(Agência Lusa News)