Os senadores da CPI da Covid estão ouvindo o empresário Marcos Tolentino da Silva, dono da Rede Brasil de Televisão e suspeito de ser sócio oculto da empresa FIB Bank, que ofereceu garantias à Precisa Medicamentos, intermediária na negociação de vacinas junto ao Ministério da Saúde.
Ele negou ser sócio da FIB Bank e disse que conhece Jair Bolsonaro desde quando o presidente da República ainda era deputado federal. Segundo ele, os dois estiveram juntos em encontros “meramente casuais”.
Em relação ao filhos do presidente, Marcos Tolentino afirmou conhecer o senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ) e o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) de eventos políticos e sociais. Tolentino disse não conhecer Jair Renan Bolsonaro.
O depoente também afirmou ter conhecido o deputado Ricardo Barros, líder do governo na Câmara, há muitos anos, em Curitiba.
O empresário iniciou depoimento informando que não possui qualquer participação no quadro societário da empresa FIB Bank. Segundo o depoimento, ele se tornou sócio em um grupo de empresas com Edson Benetti, já falecido. Disse que fez parte da Benetti Prestadora de Serviços, mas que se desligou do quadro societário há 12 anos.
A partir daí, segundo Tolentino, por ter imóveis, ativos e precatórios em comum com algumas empresas dessa antiga sociedade, ele possui procuração que o ligaria ao atual sócio, Ricardo Benetti.
Após Marcos Tolentino mais uma vez não responder ao relator Renan Calheiros (MDB-AL) sobre sua relação com a FIB Bank, a senadora Simone Tebet (MDB-MS) afirmou que não existe no direito brasileiro uma procuração com poderes irreversíveis e absolutos, o que “caracteriza que a pessoa passa a ser proprietária”.
“Várias matérias apontam que Tolentino é o verdadeiro dono da FIB Bank, sendo o sócio oculto da empresa e, por ser amigo direto do deputado Ricardo Barros, teria facilitado a emissão da carta fiança a favor do contrato da Precisa Medicamentos (Covaxin) e de outros contratos no Ministério da Saúde”, disse Renan Calheiros.
Segundo o relator, Tolentino é representante, procurador ou administrador das empresas FIB Bank, Pico do Juazeiro e MB Guassu, em caráter irretratável, sem a obrigatoriedade de prestação de contas. O que caracterizaria a propriedade de Tolentino sobre as empresas. A FIB Bank ofereceu garantia para a Precisa Medicamentos negociar vacinas com o Ministério da
Depois que Marcos Tolentino negou que alguma de suas empresas tenha recebido valores da FIB Bank em função da garantia emitida para Precisa Medicamentos, Renan Calheiros disse que a informação é imprecisa.
Ele apontou que movimentações financeiras mostram que a Brasil Space Air Log recebeu R$ 336 mil reais da Fib Bank no mesmo dia em que valores foram pagos pela Precisa Medicamentos. Outros R$ 14 mil foram pagos a Wagner Potenza. “Esse é um dos pontos mais críticos do depoimento”, disse Renan.
O depoimento prossegue (Agência Senado )