A Regional Campinas do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp), na sua pesquisa de sondagem industrial apresentada de forma on-line para a imprensa nesta terça-feira (22), avaliou os impactos do conflito Rússia e Ucrânia nas indústrias da região.
Segundo o Ciesp, 33% das empresas da região de Campinas informaram que já foram impactados negativamente pelo conflito, 47% prevê impactos para os próximos meses e 20% ainda não tem uma avaliação.
A questão sobre o grau do impacto negativo desse confronto nos negócios das empresas teve a seguinte resposta: 13% – alto impacto, 40% – médio impacto, 13% – pequeno impacto, 7% – nenhum impacto e 27% – ainda não tinha uma avaliação.
Para o diretor titular do Ciesp-Campinas, José Henrique Toledo Corrêa, os reflexos do conflito Rússia e Ucrânia na indústria regional nesse momento referem-se aos aumentos nos preços dos combustíveis, fretes internacionais e insumos para fertilizantes, além do trigo no segmento de alimentação.
“Se o conflito se prolongar e tomar outros rumos que não desejamos, esse quadro pode mudar e impactar mais fortemente a indústria e outros setores”, pontuou o diretor titular.
O diretor do Departamento de Comércio Exterior do Ciesp-Campinas, Anselmo Riso, foi na mesma linha e explicou que na área de comércio exterior as preocupações existem, principalmente com os contínuos aumentos nas tarifas dos fretes.
No entanto, em uma avaliação inicial da entidade, Riso afirmou que os principais produtos comprados desse bloco Rússia e Ucrânia não representam muito para o volume de negócios da região.
As exportações entre janeiro e fevereiro de 2022 foram de US$ 1,885 milhão. Isso representa apenas 0,25% do volume de exportação.
“Na importação, começamos a ter alguns pontos preocupantes. Importamos adubos, fertilizantes, materiais químicos, potássio e borracha, diz Anselmo Riso.
“Nesse período de janeiro e fevereiro importamos US$ 17,6 milhões, o que representa 0,91% do volume de nossas importações na região. Temos dois municípios na região que são dependentes dessas importações; Sumaré e Paulínia, com adubos e fertilizantes. Dessa forma o setor agrícola deverá ser um dos mais afetados na região, devido a importação de insumos para fertilizantes, como o potássio”, acrescentou Riso.
Em relação aos demais dados apresentados na sondagem industrial de março, o diretor do Ciesp-Campinas, José Henrique Toledo Corrêa, afirmou que os indicadores são positivos e apontam para uma contínua recuperação da indústria regional.
Aumento no volume de produção, estabilidade no número de funcionários, queda no nível de inadimplência das empresas e aumento na lucratividade são alguns dos tópicos positivos apontados pelo diretor.
“O fato de 47% das empresas associadas registrarem aumento no faturamento e também 87% delas afirmarem que operam com capacidade instalada de produção entre 50% e 100% são positivos para a indústria”, destacou.
Balança comercial regional
Em relação aos números da balança comercial regional, em fevereiro de 2022 o valor exportado foi de US$ 263,6 milhões – 40,5% maior que em fevereiro de 2021. Já as importações no mesmo mês foram de US$ 971,7 milhões – 24,3% maior do que em fevereiro do ano passado. O saldo em fevereiro de 2022 foi negativo em US$ 708 milhões – 19,2% maior do que o registrado em fevereiro de 2021.
A corrente de comércio exterior regional (soma das exportações e importações) em fevereiro de 2022 foi de US$ 1,235 bilhão – 27,5% maior que no mesmo mês do ano passado.
Exportadores
Em fevereiro os principais municípios exportadores da Regional Campinas do Ciesp foram, pela ordem: Campinas (26,9%), Paulínia (23,4%), Sumaré (13,1%), Mogi Guaçu (10,5%) e Santo Antônio de Posse (5,1%).
Os municípios que mais importaram foram: Paulínia (38,4%), Campinas (26,9%), Sumaré (9,9%), Jaguariúna (7,5%) e Hortolândia (7,3%). O percentual do município refere-se a sua participação em relação ao total da Regional no Balanço Mensal.
O Ciesp-Campinas conta com 494 empresas associadas, distribuídas em 19 municípios da região. O faturamento conjunto das empresas associadas é de R$ 41,52 bilhões ao ano. Conjuntamente essas empresas empregam 98.894 colaboradores.