Como é a relação do seu filho adolescente com TikTok, Instagram, Snapchat, Twitch, Facebook e muito mais? O escritor e psicólogo social Jonathan Haidt culpa o crescimento de depressão e ansiedade na adolescência por conta do uso inadequado dos smartphones e das mídias sociais. Seu novo livro The Anxious Generation (“A geração ansiosa”, em português), lançado em inglês no início de abril, traz um alerta para pais de crianças e adolescentes que passaram ou passam parte da fase inicial da vida diante de telas, conectados à internet. O título está no topo da lista de mais vendidos de não ficção do jornal americano The New York Times.
Haidt oferece um conjunto de prescrições que pode soar um tanto radical e até drástica: sem smartphones antes do Ensino Médio, sem mídia social antes dos dezesseis anos, escolas sem smartphones, mais atividades sem supervisão e uma infância mais independente. O que vocês pensam sobre isso?
No Brasil temos visto um movimento das escolas proibindo o uso dos smartphones. Eu acho isso bem saudável e penso que as famílias precisam também repensar o uso das telas como ‘distração’ para crianças e jovens.
Recentemente Mark Zuckerberg, da Meta, pediu desculpas aos pais e responsáveis pelas crianças vítimas de violência na rede. Haidt destaca que as mídias sociais projetam conteúdo viciante e isso faz com que as crianças e jovens renunciem ao convívio social para o solitário.
Vale lembrar que somos adultos e podemos lidar com isso, mas para as crianças e adolescentes isso pode ser muito mais sério e perigoso do que imaginamos.
Vocês acham que a hiperconectividade alterou a forma de criar, educar e crescer no mundo? Precisamos levar este debate para as famílias, as escolas e, claro, para o mundo real.
Luis Norberto Pascoal é empresário e presidente da Fundação Educar