A Unicamp está entre as 200 universidades do mundo mais comprometidas com a sustentabilidade, segundo o ranking de impacto global da consultoria britânica Times Higher Education (THE). O Brasil é um dos dez países com mais universidades presentes na lista. A primeira colocação dentre as instituições brasileiras pertence à USP, enquanto a Unicamp aparece em segundo.
A USP divide o 62º lugar com a Universidade College Cork, da Irlanda. Em seguida vem a Unicamp, que está entre as posições 101 e 200. A UnB (Universidade de Brasília) e a Unesp (Universidade Estadual de São Paulo) estão entre as posições 201 e 300.
O ranking de impacto global da THE mede a contribuição das instituições para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU (Organização das Nações Unidas) e classifica as instituições mais comprometidas com os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).
O ranking avaliou 1.406 instituições de ensino superior de 106 países. O primeiro lugar ficou com a universidade australiana Western Sydney.
Os ODS são metas de eliminação de problemas globais como pobreza, desigualdades, fome e degradação ambiental. Os 193 países membros da ONU comprometeram-se a adotar essa agenda, prevista para o período 2015-2030.
Segundo a avaliação do ranking, as áreas em que a Unicamp está mais bem posicionada são: energia limpa e acessível; saúde e bem-estar; indústria, inovação e infraestrutura; parcerias e meios de implementação para os objetivos. Um dos projetos desenvolvidos pela Unicamp é o Hub Internacional para o Desenvolvimento Sustentável.
“A agenda 2030 é um canal que organiza a ação das instituições universitárias”, observa o reitor da Unicamp, Antonio José de Almeida Meirelles. Ele destacou o desempenho da Universidade no ranking e apontou que a sustentabilidade envolve um conjunto amplo de ações ambientais, sociais, de inclusão, inovação e desempenho econômico.
Energia
A geração de energia renovável é uma das áreas centrais da Unicamp em sua atuação direcionada à sustentabilidade. A Unicamp é uma referência em capacitação no setor de energia solar, com diversos cursos orientados para a área. Além disso, possui uma usina fotovoltaica no campus de Barão Geraldo, em Campinas.
A geração de energia solar integra o projeto Campus Sustentável, realizado em parceria com a Companhia Paulista de Força e Luz (CPFL). O primeiro ônibus elétrico movido com a energia produzida na usina passou a integrar a frota do transporte circular da Universidade em 2020. Já o Campus Sustentável teve início em 2017 e visa transformar a Unicamp no maior Laboratório Vivo de Sustentabilidade Energética da América Latina.
Outro projeto inovador da Unicamp é o Hub Internacional para o Desenvolvimento Sustentável (HIDS), também alinhado aos ODS. O HIDS prevê a criação de um distrito inteligente e sustentável, em uma área de 11 milhões de m² contígua ao terreno da Unicamp, da Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUCC) e outras instituições do Polo de Alta Tecnologia de Campinas. Fruto de uma parceria que envolve 13 instituições, incluindo a Prefeitura de Campinas e o Governo do Estado de São Paulo, o HIDS será um espaço de uso misto, contemplando moradias, empresas e serviços.
Sistematização de dados para o ranking
A edição de 2022 do ranking Impacts é a primeira de que a Unicamp participa. Para entrar na classificação, a Universidade precisou sistematizar os dados relativos aos 17 ODS. O pró-reitor de Planejamento Universitário, Fernando Sarti, afirma que o interesse é aperfeiçoar essa coleta e envolver a comunidade universitária no processo.
“A Unicamp está se preparando para responder a essas demandas e o levantamento ainda precisa ser aprofundado. A comunidade pode se envolver, pois muitas ações nas unidades podem ser registradas e fornecidas aos rankings. Tivemos uma excelente classificação e temos interesse em estar entre as melhores. Nosso objetivo é continuar subindo”, avalia. (Com informações da Unicamp)