As prefeituras de Vinhedo e Valinhos decidiram se unir para adquirir de forma conjunta a vacina russa Sputink V. As duas cidades já formalizaram interesse em adquirir as doses diretamente com o governo da Rússia e nesta quarta-feira (7) tiveram uma reunião para discutir detalhes de como a ação poderá ser desenvolvida. O objetivo é que os municípios consigam reduzir custos operacionais e logísticos para comprar a vacina, assim que ela for autorizada pela Anvisa para ser usada no Brasil.
Os custos poderiam ser compartilhados em estruturas de logística, como transporte, armazenamento, escolta e distribuição. O custo estimado é de U$ 10,00 por dose.
A compra conjunta foi debatida ontem (7) entre e o prefeito de Vinhedo, Dario Pacheco, e o secretário de Assuntos Jurídicos e Institucionais de Valinhos, Cleber Bernardi. O projeto é adquirir as doses diretamente do governo russo, por meio do Centro Nacional de Pesquisa em Epidemiologia e Microbiologia Gamaleya, financiado pelo Fundo de Investimento da Rússia.
Os custos poderiam ser compartilhados em estruturas de logística, como transporte, armazenamento, escolta e distribuição. O custo estimado é de U$ 10,00 por dose (no câmbio de hoje, cerca de R$ 56,00).
A Prefeitura de Vinhedo diz ter contingenciados R$ 4 milhões para compra direta de vacinas e está viabilizando ampliar esses recursos para atender mais moradores. Com o custo da vacina em torno de US$ 10,00, a cidade poderia comprar de pronto 71,4 mil doses, o que permitira vacinar 35,7 mil moradores, já que são necessárias duas doses da vacina por morador.
Vinhedo vacinou 11% da população com as vacinas federais e pode imunizar de imediato outros 40% dos moradores com a Sputinik V. Além de contar com 6% de moradores recuperados da doença, alcançaria índice de 57% dos cidadãos imunizados, muito perto da taxa de imunização de rebanho, que fica entre 60% e 70%.
O uso emergencial do imunizante russo no Brasil está em análise pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). As vacinas apenas podem ser compradas com a autorização do órgão sanitário nacional.
“Estamos buscando de todas as formas agilizar o processo de vacinação para a nossa população. Já tivemos duas reuniões com o Fundo de Investimento da Rússia. Caso seja possível a aquisição, já estamos estudando a logística da importação entre Vinhedo e Valinhos para diluir os custos”, explicou o prefeito.
A vacina Sputnik V, desenvolvida pelo Centro Gamaleya, na Rússia, atingiu 91,6% de eficácia contra a covid-19, segundo dados preliminares de uma pesquisa publicada no periódico The Lancet. A vacina já é usada para imunizar a população russa e seu uso emergencial já foi aprovado em países como Argentina e Paraguai. Recentemente a Alemanha iniciou negociações com a Rússia para adquirir a Sputinik V.
Valinhos
“Solicitei ao Dr Cleber (Bernardi – secretário de Assuntos Jurídicos) que possa estudar todas as formas jurídicas e também, de operações conjuntas com outro município, de forma a economizarmos na logística de compra e entrega”, disse a prefeita de Valinhos, Capitã Lucimara, que em meado de março já havia encaminhado ofício ao diplomata e chefe da Representação Comercial da Rússia no Brasil, Vicktor Vadimovich Sheremetker, manifestando o interesse.
“Sabemos que temos que aguardar a aprovação da Anvisa, mas é fundamental estes contatos prévios”, diz prefeita
“Sabemos que temos que aguardar a aprovação da Anvisa, mas é fundamental estes contatos prévios para que, assim que for liberado, possamos tentar agilizar ao máximo a entrega e compra para a população da cidade”, comentou a prefeita.
“Temos seguido o Plano Nacional de Imunização. E com excelente desempenho na organização e aplicação dela. Entretanto, a velocidade da liberação de doses por parte do Governo Federal precisa ser maior e, por isso, temos buscando alternativas, como o Consórcio e agora este contato direto com o governo russo, para iniciarmos um processo de busca de mais vacinas para a população de Valinhos”, finalizou a prefeita.