Cinco palestinianos morreram neste Sàbado de Aleluia e 30 ficaram feridos devido a um tiroteio e uma fuga desordenada de pessoas durante a distribuição de ajuda alimentar, informou o Crescente Vermelho da Palestina.
De acordo com a organização de ajuda humanitária, três dos mortos foram atingidos por tiros, enquanto milhares de pessoas aguardavam a chegada de cerca de quinze caminhões de farinha e outros alimentos, provenientes do Kuwait, nos arredores da cidade de Gaza, palco de incidentes anteriores nas últimas semanas.
Vídeos filmados pela agência AFP mostram comboios avançando no escuro, passando por barricadas de fogo, e ouvem-se também tiros, gritos e buzinas de veículos pesados de mantimentos.
Segundo testemunhos relatados à agência de notícias francesa, membros dos “comitês de proteção popular”, responsáveis pela fiscalização da distribuição de ajuda, dispararam para o ar, ferindo várias pessoas, enquanto os caminhões atropelaram outras.
Ao mesmo tempo, segundo os relatos, tanques israelitas posicionados a algumas centenas de metros de distância disparavam. Consultado pela AFP, o exército israelense não respondeu
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A maioria dos 2,4 milhões de habitantes está ameaçada pela fome, alertam as agências da ONU há semanas, e a ajuda humanitária que entra no território palestiniano é estritamente controlada por Israel.
Na quinta-feira, o Tribunal Internacional de Justiça, o mais alto órgão judicial da ONU, ordenou que Israel fornecesse “ajuda humanitária urgente” a Gaza, face a “uma fome emergente”.
Quase seis meses após o início da guerra, desencadeada por um ataque sem precedentes do movimento terrorista palestino Hamas contra Israel, o exército israelense realizou novos ataques à Faixa de Gaza, matando pelo menos 82 pessoas nas últimas 24 horas, aumentando assim para 32.705 o número de palestinos mortos desde o início do conflito, segundo dados das autoridades controladas pelo Hamas.
Embora as negociações para chegar a uma trégua pareçam estar num impasse, com ambos os lados a acusarem-se mutuamente de estarem a causar o bloqueio, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, “aprovou uma rodada de negociações, nos próximos dias, em Doha e no Cairo”, anunciou o seu gabinete, na sexta-feira.
Nos últimos meses, ocorreram diversas rodadas de negociação via mediadores internacionais – Egito, Qatar, Estados Unidos -, mas sem resultado.
Desde o início da guerra, apenas uma trégua de uma semana foi estabelecida no final de novembro, permitindo a libertação de cerca de uma centena de reféns raptados durante o ataque de 7 de outubro, em troca de prisioneiros palestinos encarcerados por Israel. Apesar de uma resolução do Conselho de Segurança da ONU exigir um cessar-fogo na região, os combates não diminuíram de intensidade.
Ajuda humanitária do Reino Unido
O Reino Unido enviou neste sábado (30 de março) dez toneladas de ajuda humanitária para a Faixa de Gaza, pela segunda vez em menos de uma semana, entre avisos de que a população de Gaza enfrenta uma fome iminente.
“O Reino Unido está a fazer tudo o que é necessário para levar a maior quantidade possível de alimentos para Gaza. O lançamento aéreo de hoje entregará mais de 10 toneladas de alimentos aos civis necessitados”, afirmou o ministro britânico da Defesa, Grant Shapps.
O ministro agradeceu também à Força Aérea Real (RAF, na sigla em inglês) e ao pessoal do Exército britânico. “Continuaremos a procurar todas as oportunidades para levar ajuda a Gaza por via aérea, marítima e terrestre”, afirmou.
Um avião A400M da RAF voou da capital da Jordânia, Amã, para Gaza, a fim de entregar os mantimentos ao longo da costa do território de Gaza. Os pacotes incluíam arroz, farinha, óleo, comida enlatada e água.
A RAF já lançou outras dez toneladas de mantimentos no enclave palestino na segunda-feira, numa operação de ajuda internacional liderada pelas autoridades jordanas, que estão a trabalhar “em estreita cooperação” com Londres no planeamento da missão.
As autoridades da Faixa de Gaza informam que mais de 32.600 pessoas foram mortas na sequência dos ataques do exército israelense ao enclave palestino desde 7 de outubro de 2023.
(Agência Lusa News)