A Unicamp registrou um percentual de 42,1% estudantes oriundos da rede pública e de 30% de matriculados autodeclarados pretos e pardos nas diferentes modalidades de ingresso para os cursos da universidade em 2022. Os dados sobre índices de inclusão social são da Comissão Permanente para os Vestibulares da Unicamp (Comvest).
No ano anterior, esses percentuais haviam sido de 45,7% e 29% respectivamente. Entre os candidatos isentos do pagamento da taxa de inscrição, que apresentam um perfil de vulnerabilidade socioeconômica, o índice de matriculados ficou em 13%, contra 16,8% no ano passado. Os dados consideram as modalidades Vestibular Unicamp, Vagas Olímpicas e Enem Unicamp. As informações completas estão disponíveis na página eletrônica da Comvest.
As matrículas do Vestibular Indígena, cuja prova foi aplicada em 27 de março, ocorrerão entre abril e maio. Considerando-se as 123 vagas que serão preenchidas, o índice de estudantes de escolas públicas matriculados na Unicamp em 2022 deve chegar a 44,3%, já que todos os candidatos dessa modalidade têm esse perfil.
Na avaliação do diretor da Comissão, professor José Alves de Freitas Neto, “os dados revelam a complexidade da política de inclusão, considerando que, mesmo com políticas robustas, como no caso da Unicamp, sofremos o impacto da pandemia. Acompanhamos as dificuldades enfrentadas pelos estudantes durante esse período. A queda de alunos de escolas públicas matriculados era, de certa forma, esperada, dado o número menor de inscritos registrado. Por outro lado, a meta em relação às pessoas autodeclaradas pretas e pardas foi atingida. E em 82% dos cursos, conseguimos um percentual superior a 25% de ingressantes com esse perfil”, explicou José Alves.
Este ano, em vários dos cursos mais concorridos da Unicamp, os percentuais de matriculados de escola pública ultrapassaram os 50%. Em Ciências Biológicas, o índice chegou a 62,8% entre ingressantes no noturno. No curso de Arquitetura e Urbanismo, o percentual foi de 56,7%, o mesmo registrado em Comunicação Social-Midialogia. Em Enfermagem, o percentual foi de 50%.
O diretor da Comvest destacou como ponto positivo nos dados divulgados a diversidade regional entre os ingressantes na Unicamp em 2022, com cerca de 13% dos matriculados oriundos de outros estados. Para José Alves, as políticas de inclusão são necessárias e deverão ser aperfeiçoadas. “A oportunidade de retomar a aplicação de todas as modalidades de ingresso demonstra como a Unicamp fez excelentes alterações a partir de 2019. A partir desses dados, pensaremos no aperfeiçoamento dessas políticas”, afirmou o diretor.