Neste 1º de maio, Dia do Trabalho, a insegurança e a incerteza atingem os lares de 14,4 milhões de brasileiros desempregados, de acordo com a pesquisa nacional divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado representa alta de 2,9%, ou de mais 400 mil pessoas desocupadas em relação ao trimestre anterior, de setembro a novembro de 2020. Campinas não foge à crise, porém, por três meses consecutivos em 2021 houve saldo positivo de vagas de emprego.
Segundo levantamento junto ao Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), o saldo positivo em Campinas de 1.044 vagas de emprego com carteira assinada em março foi alavancado por contratações nas áreas de educação e saúde. A geração de empregos em fevereiro na Região Metropolitana de Campinas (RMC) foi a melhor para o mês nos últimos 17 anos. A RMC gerou 13.658 postos de trabalho. Campinas respondeu por 4.692 dessas vagas com carteira assinada. O balanço foi realizado pelo Departamento de Economia da Associação Comercial e Industrial de Campinas (Acic), com base nos dados do Caged.
Geração de empregos em fevereiro na Região Metropolitana de Campinas (RMC) foi a melhor para o mês nos últimos 17 anos.
O quadro, acredita o economista Laerte Martins, indica uma boa tendência para a recuperação de postos de trabalhos em Campinas e Região, aliviando o nível de desemprego atual que está em torno de 14% da PEA – População Economicamente Ativa. A flexibilização gradativa do Plano São Paulo em função da estabilidade dos números da pandemia traz esperança de retomada de contratações no setor de serviços, o mais afetado pelas restrições de funcionamento e circulação.
Segundo o IBGE, a taxa de desocupação, embora alta, ficou estável em 14,4% em relação ao trimestre anterior (14,1). A estabilidade do contingente de pessoas ocupadas – aproximadamente 85,9 milhões no trimestre encerrado em fevereiro de 2021 –, aponta o IBGE, é decorrente da informalidade, com o aumento dos trabalhadores por conta própria.
As demais categorias apresentaram estabilidade em relação ao trimestre anterior. Os trabalhadores do setor privado com carteira de trabalho assinada foram calculados em 29,7 milhões de pessoas. Os empregadores e trabalhadores do setor privado sem carteira assinada somam 9,8 milhões de pessoas. E os empregadores são 3,9 milhões de pessoas.
A população fora da força de trabalho – que não estava nem ocupada nem desocupada na semana de referência – manteve-se estável em 76,4 milhões, quando comparada com o trimestre de setembro a novembro de 2020. Frente ao mesmo trimestre do ano anterior, houve expansão de 15,9% com o acréscimo de 10,5 milhões de pessoas.
RMC
No período de março de 2020 a fevereiro de 2021 (últimos 12 meses), as cidades da RMC que geraram os melhores percentuais quanto aos empregos foram Monte Mor (7,02%), Morungaba (5,47%), Nova Odessa (5,12%) e Artur Nogueira (4,98%). Das 20 cidades que formam a RMC, seis apresentaram resultados negativos: Valinhos (0,45%), Santo Antônio de Posse (-2,49%), Engenheiro Coelho (-0,79%), Campinas (-0,69%), Holambra (-0,43%) e Jaguariúna (-0,31%).
Exemplo positivo
Empresa voltada ao setor de agronegócio e indústria alimentícia, a Vapza Alimentos, que produz alimentos embalados a vácuo e cozidos a vapor, celebra o aumento no quadro de funcionários registrado durante a pandemia. Somente em janeiro de 2021, ampliou em 8,53% seu quadro de funcionários. Ao longo de 2020, o quadro se manteve estável, com crescimento de 1,02%.
Outro dado interessante é que a empresa, que hoje conta com mais de 350 funcionários diretos e cerca de 100 indiretos, tem rotatividade muito menor que a média nacional. Em março de 2021, o índice foi de 2%, enquanto em todo 2020 o percentual registrado foi de 1,3%. O índice nacional em 2016 foi de 37,8%, segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudo Socioeconômicos (Dieese).