O governador João Doria (PSDB) disse nesta sexta-feira (7) em Jaguariúna, na região metropolitana de Campinas, que vai respeitar a decisão de municípios que eventualmente venham a adotar medidas de restrição à circulação de pessoas e às atividades econômicas, por conta do aumento nos casos de Covid-19 e de Influenza, como vem ocorrendo neste início de ano. Ele também reiterou a decisão do governo do estado de proibir festas de Carnaval de rua e em áreas fechadas.
João Doria disse que medidas de restrições como as adotadas em Amparo – a 70 km de Campinas – onde desde esta sexta-feira (7) já há restrições de funcionamento de bares e restaurantes e proibições de aglomerações – serão respeitadas pelo governo do estado.
“Os prefeitos podem ser mais rigorosos se assim entenderem. É um direito deles. O que não podem é facilitar em relação àquilo que o governo do estado determinou”, disse o governador em entrevista coletiva.
“Ou seja, afrouxar jamais. Mas, apertar se necessário, com informações que localmente ele possui, ok. O governo entende que é a forma de respeitar o municipalismo”, explicou.
“Portanto, nós não vamos estabelecer nenhum impedimento para os municípios que entenderem que é preciso estabelecer mecanismos mais restritivos”, complementou.
A decisão da Prefeitura de Amparo de impor restrições a qualquer atividade que provoque aglomerações gerou criticas da regional Campinas da Abrasel – a associação brasileira que representa o setor de bares e restaurantes. Para a entidade, a decisão foi “precipitada”.
“Colocar medidas restritivas neste momento de retomada dos negócios depois de dois anos de punição para o setor e aumento de taxas e impostos neste início de ano, que vem ocorrendo em diversos municípios Brasil afora, é injustificável e sem sentido algum”, afirma o presidente da Abrasel Regional Campinas, Matheus Mason.
“Estão punindo o setor produtivo e colocando em risco empregos sem necessidade. Isso demonstra a falta de aprendizado com todo o processo de controle da pandemia nestes dois últimos anos” alerta.
Em Amparo, um decreto publicado nesta sexta, proíbe qualquer atividade que possa acarretar em aglomeração, como a realização de festas, eventos e confraternizações, seja em espaço público ou privado de uso coletivo, com ou sem acesso ao público em geral.
O decreto também proíbe aglomerações em imóveis residenciais de pessoas que não pertencem ao núcleo familiar, ou seja, festas, comemorações, reuniões entre outros eventos.
Carnaval
O governador reafirmou em Jaguariúna uma decisão já anunciada pelo comitê científico do Centro de Contingência da Covid-19, que proíbe a realização de Carnaval de rua e em locais fechados, como clubes, por exemplo.
“Com relação a algomerações em locais fechados para o Carnaval, o governo de São Paulo não autorizará”, disse o governador.
“Portanto em nenhum município, não poderemos ter festas de salão ou em áreas fechadas e nem manifestações de rua. Nenhuma manifestação de rua. Carnaval de rua, este ano, não. Vamos deixar para para o ano de 2023”, acrescentou.
O governador disse ainda que os desfiles de escolas de samba estão autorizados, mas continuam sob observação. “Se tivermos uma evolução e o agravamento com essa nova variante – a Ômicron – esse tema será revisto sim”, alertou Doria.
“Não é o caso ainda, mas dado a evolução acelerada é um ponto de de cautela e de preocupação”, finalizou.
Brasília
O governo do Distrito Federal anunciou nesta sexta, o cancelamento do Carnaval deste ano. Segundo o governo, a decisão foi motivada pela escalada de casos de covid-19, associada ao aumento dos registros de influenza A na capital do País.
O último boletim epidemiológico, publicado ontem (6), registra 1.451 novos casos, com a média móvel dos últimos sete dias em 544 casos.