Os primeiros caminhões de uma caravana de ajuda humanitária começaram nesta sexta-feira (24) a entrar na Faixa de Gaza através da fronteira de Rafah, após a entrada em vigor da trégua, disse a televisão egípcia Al Qahera News.
A trégua de quatro dias entre Israel e o grupo islamita palestiniano Hamas vai permitir a entrada diária em Gaza de 200 caminhões de ajuda humanitária, disse hoje um porta-voz do Governo do Egito.
O diretor do Serviço de Informação do Estado egípcio, Diaa Rashwan, disse que “200 caminhões carregados com alimentos, medicamentos e água entrarão diariamente pela primeira vez desde o início da guerra Israel/Hamas há cerca de 50 dias”.
Num comunicado divulgado antes do início da trégua, Rashwan disse ainda que 130 mil litros de combustível e quatro caminhões de gás natural provenientes do Egito entrarão diariamente no enclave palestino.
A televisão egípcia divulgou imagens de caminhões aguardando no posto fronteiriço de Rafah, que liga a Faixa de Gaza ao Egito e é a única via de acesso ao território governado pelo grupo Hamas não controlada por Israel.
Rashwan lembrou que o Egito continuará a receber grupos de crianças feridas e doentes vindas da Faixa de Gaza para receberem tratamento médico no país, bem como estrangeiros e pessoas com dupla nacionalidade.
Pela primeira vez desde o início do conflito entre Israel e o Hamas, as autoridades do Cairo irão permitir que os palestinos retidos no Egito regressem à Faixa de Gaza.
A entrada de mais ajuda humanitária no enclave palestino foi um dos pontos do acordo de trégua, que prevê também a libertação de 50 reféns em troca da libertação de prisioneiros palestinos.
A trégua entrou em vigor depois de uma noite em que Israel continuou a atacar a Faixa de Gaza e em que o Hamas lançou mísseis contra duas colônias israelitas situadas perto de local onde palestinos já tinham sido retirados.
Cerca de duas horas antes da trégua entrar em vigor, o diretor-geral do Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas, Mounir Al-Bursh, disse à agência de notícias France-Presse (AFP) que os soldados israelitas estavam “realizando uma operação no Hospital Indonésio”, localizado no norte de Gaza, onde 200 pacientes ainda estão sendo tratados.
O Hamas confirmou “a cessação total das atividades militares” durante quatro dias.
Uma fonte de segurança do Egito disse que uma delegação de segurança egípcia estará presente em Jerusalém e Ramallah para garantir o “cumprimento da lista” de prisioneiros palestinos libertados.
Autoridades de segurança de Israel, acompanhadas por pessoal da Cruz Vermelha e agentes egípcios, serão enviadas à fronteira de Rafah para receber os reféns libertados de Gaza, que então voarão para Israel, acrescentou a fonte.
(Agência Lusa)