O aluno do Colégio Visconde Porto Seguro, em Valinhos, alvo de racismo e ameaçado de morte em um grupo de WhatsApp, fez um ato de resistência na última terça-feira (1) nas dependências da escola. Em cima de uma mesa e empunhando um megafone, o adolescente de 15 anos condenou as ofensas, pediu a expulsão dos responsáveis e foi aplaudido por colegas e funcionários.
O grupo, formado por alunos do colégio, é denominado “Fundação Antipetismo” e as agressões aconteceram na última segunda-feira (31). “O grupo tem comentários racistas, neonazistas, preconceituosos e a gente não pode aceitar isso”, declarou o estudante. “Para esses alunos tem que ter expulsão”, completou.
“Eles ferem a nossa integridade moral. O discurso deles é de ódio. Quero mudança. Não quero mais ver uma pessoa preta chorando do meu lado. Esses criminosos têm que sair daqui”, encerrou, antes de fazer o gesto característico do lema “Vidas negras importam”, com o punho cerrado.
A mãe do adolescente, a advogada Thaís Cremasco, fez um Boletim de Ocorrência e acionou a direção do colégio depois das ofensas e ameaça direcionadas ao filho. Ela também vai entrar com uma ação cível na Justiça. A Polícia Civil investiga o caso, que foi encaminhado para o juizado da infância e juventude pelo fato dos envolvidos serem menores de 18 anos.
A direção do Colégio Porto Seguro condenou as ações ofensivas. “Repudiamos qualquer ação e ou comentários racistas contra quaisquer pessoas”, se manifestou a instituição. A mãe do adolescente agredido, no entanto, afirma que na prática o colégio por enquanto não tomou providência em relação ao caso.
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