O Dérbi 200 é verde e branco e Régis está na história do clássico campineiro. Autor do gol da vitória do Guarani, o armador que veste a camisa 78 em homenagem ao título brasileiro do Bugre comandou o meio-campo, assumiu o papel de liderança nos 84 minutos que atuou, foi preciso ao dominar com maestria o passe de Carlão e empurrar a bola para o fundo do gol. O meia foi a peça fundamental do Bugre na primeira vitória em Dérbi em 2021, que garante a 5ª colocação na tabela de classificação da Série B e o segundo triunfo alviverde em casa em partidas oficiais no ano.
Por outro lado, a Ponte Preta criou, teve bom volume de jogo, principalmente no início das duas etapas, porém não conseguiu ser efetiva no ataque para decidir nos momentos mais importantes. Moisés e Niltinho tiveram atuações muito abaixo do esperado, a Macaca sentiu a péssima sequência das últimas partidas, se afunda na lanterna da Série B com um ponto conquistado em cinco rodadas e amarga o jejum de 46 dias sem vitórias – o último triunfo da equipe foi no Dérbi 199, no dia 5 de maio, e depois disso foram três empates e seis derrotas.
O primeiro tempo do clássico campineiro teve nível de Série A, com emoções dos dois lados.
O Guarani foi para cima logo de cara e por pouco não fez história quando Júlio César quase marcou com 50 segundos de jogo. Aos poucos, a Ponte Preta foi reagindo, esteve melhor em campo até a metade da primeira etapa e faltou pouco para balançar as redes em oportunidades com Camilo e Dawhan.
Após tomar os sustos, o Bugre foi para cima novamente e balançou as redes no momento ideal, aos 41 minutos do primeiro tempo, o que abalou a confiança da Macaca. No lance que garantiu a vitória alviverde, vale destacar a importância do zagueiro Carlão. O camisa 50 conduziu com maestria a bola desde a defesa, avançou pelo meio-campo como se fosse um armador de jogadas, Davó ajudou a abrir espaço e o defensor encontrou Régis na entrada da área.
Em uma partida tão importante e decisiva, é proibido cometer erros e a Ponte falhou feio no gol do Alviverde. A defesa Alvinegra deu enorme espaço para Carlão construir a jogada, ninguém apareceu para dar bote no meio-campo, quando Vini Locatelli percebeu que o zagueiro poderia encontrar um companheiro na área, já era tarde e, em casos como esse, a bola pune quem errou.
No segundo tempo, Guarani e Ponte Preta voltaram com estilos diferentes.
Em vantagem no marcador, o Bugre adotou postura defensiva que nada tem a ver com os momentos de glória de sua história. Daniel Paulista se arriscou muito, de forma desnecessária, ao substituir Rodrigo Andrade e Régis, dois dos melhores em campo pelo lado alviverde, e promover as entradas de Índio, Titi e Tony. O time da casa praticamente não atacou na etapa final, tinha condições de ampliar o marcador e correu riscos desnecessários.
Por outro lado, a Macaca que voltou atrás no placar, começou bem a etapa final e pecou nos momentos decisivos. Em uma das oportunidades criadas, Rodrigão fez grande pivô para Moisés, deixando o companheiro cara a cara com Gabriel Mesquita. Neste momento, a falta de confiança e a péssima fase falaram mais alto. Ao invés de finalizar rapidamente, com um chute forte ou colocado, Moisés demorou, pensou no que deveria fazer e acabou desarmado pelo zagueiro Thales.
Foi a melhor chance da Alvinegra de empatar a partida e talvez sonhar com a virada.
Observando o lado individual do Guarani, Bruno Sávio e Rodrigo Andrade foram os destaques, além de Régis, o melhor da partida. Sávio, participando do seu primeiro Dérbi em um ano e meio vestindo a camisa alviverde, atormentou a defesa da Ponte Preta. O camisa 11 não deu sossego para Rafael Santos, partiu para cima dos adversários e quase foi premiado com um gol aos 19 minutos do segundo tempo, depois de linda jogada pela direita.
Dono do meio-campo bugrino, Rodrigo Andrade teve excelente atuação e provou mais uma vez que é o melhor volante alviverde. Ao lado de Bruno Silva, foi fundamental na marcação de Camilo, correu muito nos 66 minutos que esteve em campo e ainda ajudou na transição entre meio e ataque. Pelo lado negativo, Davó ficou devendo uma atuação melhor, pode oferecer muito mais, porém foi importante na movimentação no gol da vitória.
Pelo lado individual da Ponte Preta, Niltinho e Moisés tiveram noite muito ruim.
Pelo lado individual da Ponte Preta, Niltinho e Moisés tiveram noite muito ruim. Em péssima fase, o camisa 7 entrou em campo aparentemente com mais vontade de brigar do que jogar. Bateu boca com os adversários em algumas oportunidades e ficou devendo uma apresentação melhor. Herói do último Dérbi, Moisés teve atuação decepcionante na noite de ontem. Como citado acima, perdeu a melhor oportunidade do jogo e não conseguiu incomodar a defesa bugrina.
Vini Locatelli foi mais um jogador pontepretano que foi muito abaixo. O volante ofereceu enorme espaço no meio-campo durante todo o jogo, falhou na marcação no gol de Régis e não apareceu na construção de jogadas. Foi o pior em campo da Macaca. Pelo lado positivo, Camilo e Rodrigão foram os que mais apareceram, mas podem e precisam oferecer muito mais a Alvinegra.
O Dérbi 200 acabou e a história está escrita.
O Dérbi 200 acabou e a história está escrita. Pelo lado do Guarani, fica a enorme confiança pela importante vitória, a 5ª colocação na tabela de classificação da Série B e a esperança por uma sequência de resultados e atuações convincentes nas próximas rodadas. Pelo lado da Ponte Preta, o sinal de alerta está ligado no nível máximo com a lanterna no torneio nacional. A incompetente diretoria capitaneada por Sebastião Arcanjo, o Tiãozinho, tem como obrigação reforçar ainda mais a equipe para evitar o desastre do rebaixamento para a terceira divisão nacional.