A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) traçou expectativas positivas para 2021. A entidade prevê aumento de 15% nos licenciamentos de autoveículos, 9% nas exportações e 25% na produção. Os índices, porém, são insuficientes para a retomada a patamares de 2019. Como esperado, a pandemia impactou fortemente o setor automobilístico em 2020. As vendas ao mercado interno fecharam com 2.058.437 unidades, queda de 26,2% na comparação com o ano anterior.
Foi um recuo próximo ao do patamar de 2016, auge da crise econômica brasileira. A produção de 2.014.055 autoveículos encolheu 31,6%, deixando a indústria automobilística com uma ociosidade técnica de quase 3 milhões de unidades. “Nunca foi tão difícil projetar os resultados de um ano, pois temos uma neblina à nossa frente desde março, quando começou a pandemia”, lembra Luiz Carlos Moraes, presidente da Anfavea. “Temos diante de nós um quadro que ainda inspira muita cautela nas nossas previsões”, completa.
A marca com melhores números em 2020 foi a Chevrolet, com uma participação de mercado de 17,4% e 338,6 mil unidades vendidas. Foi o quinto ano consecutivo de liderança da marca no Brasil, um feito inédito para a General Motors no país. O Chevrolet Onix foi mais uma vez o carro preferido do consumidor brasileiro, terminando 2020 com 135,3 mil unidades emplacadas. Este é o sexto ano consecutivo de liderança, mas o primeiro cheio desde a chegada da nova geração do hatch, lançada no fim do ano retrasado.
“Num ano em que a sustentabilidade do negócio foi o grande desafio, também pela forte desvalorização do real frente ao dólar, a liderança da Chevrolet é consequência de uma estratégia vencedora. Intensificamos o foco no varejo, onde a marca ampliou sua liderança para quase 6 pp em relação ao concorrente mais próximo”, destaca Carlos Zarlenga, presidente da GM América do Sul.
Pesados
O segmento de caminhões, impulsionado pelo agronegócio e pelo crescimento do ecommerce, foi o que teve as menores perdas entre os autoveículos, segundo a Anfavea, com queda de 11,5% nos licenciamentos em relação a 2019. Comerciais leves caíram 16%, automóveis 28,6% e ônibus 33,4%. Já as máquinas agrícolas e rodoviárias venderam 7,3% mais que no ano passado.