O aplicativo SISS-Geo (Sistema de Informação em Saúde Silvestre) da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) já pode ser usado pela população para registrar on-line ou off-line observações sobre a fauna em Campinas, segundo o médico veterinário da unidade, Cláudio Castagna.
A alimentação do banco de dados é feita pelos próprios usuários, que postam a foto e aspectos sobre os animais silvestres encontrados. E por meio do georreferenciamento é possível saber onde o evento ocorreu. O SISS-Geo registra, em tempo real, fotos e informações de animais silvestres e os disponibiliza em um mapa.
A alimentação do banco de dados é feito pelos próprios usuários, que postam a foto e aspectos sobre os animais silvestres encontrados
Com o sistema é possível prevenir doenças em animais e nos seres humanos a partir da análise das observações georreferenciadas da fauna, criando modelos para alertar contra doenças, principalmente aquelas que possam atingir as pessoas.
A partir da criação do aplicativo, já foram registrados em Campinas 92 morcegos, 17 primatas, 16 aves, cinco capivaras, três cachorros do mato, três cuícas (marsupial parente dos gambás) duas serpentes e um lobo guará.
“É emitido um alerta, após a análise técnica da Fiocruz, para o Estado e para o município”, conta a coordenadora da Unidade de Vigilância em Zoonoses, Ellen Fagundes Costa Telli.
Todas as informações serão auditadas pelos profissionais da Fundação. Se houver vários registros no mesmo período de animais diferentes com a mesma sintomatologia, são desencadeadas ações pelas equipes de Defesa Civil e Vigilância em Saúde – já treinados para usar a ferramenta.
“O aplicativo foi desenvolvido pela FioCruz para ser universal, para que todos os cidadãos possam usar e contribuir para a base de dados de saúde ambiental da Fiocruz. Um animal doente pode ter uma doença zoonótica que pode passar para a população. E não são apenas mamíferos que podem ser registrados, até mesmo um enxame pode ser fotografado e inserido no banco”, disse Castagna.
Como funciona
O SISS-Geo pode ser baixado em celulares com sistema operacional Android. Está disponível na plataforma Google Play Store. Campinas foi pioneira na utilização da plataforma por técnicos da Defesa Civil e da UVZ desde o início da Operação Estiagem, em maio. Além de inserirem os dados no aplicativo, os agentes geram relatórios e planilhas de dados. A primeira área monitorada com a ferramenta foi a região de Sousas e Joaquim Egídio.
Sistema dispara um alerta caso identifique algum surto de doença causada por animais silvestres, como, por exemplo, a raiva e a febre amarela
Desenvolvido em parceria com o Laboratório Nacional de Computação Científica – LNCC, o SISS-Geo utiliza um um modelo matemático que leva em consideração alguns parâmetros, como características e aspectos físicos dos bichos, posição geográfica e registros de especialistas.
O sistema dispara um alerta caso identifique algum surto de doença causada por animais silvestres, como, por exemplo, a raiva e a febre amarela.
Monitoramento e prevenção
Castagna recorda que foi por meio do monitoramento de bugios (espécie de macaco) mortos que foi possível verificar que o vírus da febre amarela estava circulando em área urbana em Campinas, no ano de 2017 e orientar a vacinação contra a doença. O evento foi considerado “sentinela” pois possibilitou a mobilização de ações de controle como a busca de novos casos, pesquisas entomológicas no local e ações de controle como vacinação.
Segundo o médico veterinário, outra conclusão que pode ser tirada por meio da ferramenta é o aumento da presença de animais silvestres em área urbana, a partir dos registros feitos pelos usuários. Campinas tem muitos registros de cachorros do mato, por exemplo, que é uma espécie de raposa, fauna silvestre na área urbana.
A emissão do alerta permite rapidez nas ações de vigilância
A emissão do alerta permite rapidez nas ações de vigilância, prevenção e controle de surtos de doenças, uma vez que identificada uma situação anormal, o Centro de Informação em Saúde Silvestre tornará disponível a informação para que os setores responsáveis possam buscar novos dados para sua identificação e confirmação e estimular a pesquisa. Outra função da plataforma do SISS-Geo é ampliar o conhecimento da fauna silvestre e monitorar a biodiversidade.
Este acompanhamento de animais da fauna silvestre do município (vivos e mortos) é um importante indicador da possível circulação de vírus ou outros agentes que possam infectar os animais. Isso possibilita uma ação rápida e efetiva através dos protocolos e fluxos de vigilância estabelecidos para evitar que a infecção atinja os humanos.
Veja como contribuir com o sistema
Faça o download do aplicativo pelo seu celular no endereço https://play.google.com/store/apps/details?id=siss.ui&hl=pt_BR&gl=US. Cadastre-se como usuário, tornando-se um colaborador do sistema. A partir disso você já pode enviar fotos de animais, a localização e características do ambiente, além de consultar todas as informações enviadas. O aplicativo também permite o envio de sugestões, críticas e dúvidas sobre como usar o sistema.
O SISS-Geo integra o Centro de Informação em Saúde Silvestre (CISS) da Fundação Oswaldo Cruz em parceria com o Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC).
Passo a passo para instalar o aplicativo:
Acesse ao Google Play pelo Android
Passo 1: Procure no Google Play Store por “SISS-Geo”,
Passo 2: Clique no APP SISS-Geo,
Passo 3: Clique em Instalar,
Passo 4: Aceitar o acesso a Localização, Fotos/mídia/arquivos/informações de conexão wifi,
Passo 5: Ao concluir a instalação, clique no botão “Abrir” para começar a utilizar o aplicativo.
Esta versão permite a contribuição dos usuários com sugestões de melhorias e notificações de possíveis erros observados no Sistema. Clique, no SISS-Geo, em “Colabore conosco”.
Para iniciar o download no aplicativo da Google Play Store, é necessário adicionar uma Conta do Google ao dispositivo (https://support.google.com/googleplay/answer/2521798?hl=pt-BR )