Temos de nos educar para não reproduzir termos depreciativos que são dados a cenas urbanas de uso de drogas.
Muitas vezes essa reprodução é feita sem a menor intenção de ofensa aos moradores tradicionais da região.
Talvez seja até para chamar a atenção do grave problema que é o território praticamente livre de venda e consumo de drogas.
Como aprecio demais as origens dos lugares, suas histórias e suas gentes, tenho dificuldade em aceitar que um bairro cujo nome remete ao paraíso da mitologia grega [Campos Elíseos] seja modificado de modo nada cuidadoso por uma poderosíssima Big Tech. (1)
Aliás, por que não requalificar o bairro, regulamentando verdadeiramente as ‘Alcoolândias’ que nele existem de sobra – com restrição de horário de funcionamento?
Por que não se criar áreas de lazer dotadas de muito verde e nelas se proibindo o consumo de álcool, tabaco ou qualquer outra droga?
Aí quem sabe todos nós iríamos rebatizar o local como Gurilândia! A terra na qual criança e adolescente seriam de fato valorizados e protegidos.
Fonte: (1) https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/2023/03/06/cracolandia-no-centro-de-sp-vira-bairro-no-google-maps.ghtml
Guilherme Athayde Ribeiro Franco é Promotor de Justiça (MPSP) e Especialista em Dependência Química pela UNIAD-Unifesp