Fundos de Investimento são estruturas disponibilizadas no mercado financeiro, em diversos países, que têm a função principal de dar acesso a diferentes mercados aos investidores. Segundo o último relatório de pesquisa de mercado desenvolvido pela Anbima – Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais – dos produtos financeiros disponíveis, hoje, os brasileiros conhecem mais a poupança, e logo em terceiro lugar, os fundos de investimento.
Atualmente existem dezenas de milhares de fundos disponíveis ao público, sendo de diversas modalidades. E, diante tamanha oferta, como escolher o melhor fundo para você?
O primeiro passo é conhecer o seu perfil de investidor. No mercado de Fundos de Investimento existem produtos que atendem diversos perfis de risco, indo do mais conservador até o mais arrojado e, por este motivo, torna-se essencial saber como você lida em cenários mais voláteis. Para isso vale o exercício de pensar em como você agiria se seu investimento estivesse proporcionando retorno negativo em alguma situação.
Definir o seu horizonte de tempo é o segundo passo a ser tomado nessa jornada: o investimento a ser realizado será de curto, médio ou de longo prazo?
As estratégias de gestão de um fundo variam a partir do mandato de cada um. Se você for utilizar o seu dinheiro, por exemplo, em dois meses, faz sentido você investir em um fundo de ações?
Depois disso é muito importante definir seu objetivo. Qual será a destinação do recurso? Você está poupando para uma viagem, um curso, um carro, uma casa? Compreender esse real direcionamento auxilia na escolha de um fundo.
Então partimos para a nomeação do produto propriamente dito. Existem vários tipos de fundos de investimento, como os de renda fixa, ações, multimercado, cambiais, imobiliários, e por aí vai. Cada um com características específicas que servem para diferentes propósitos.
Um fundo cambial, por exemplo, não será utilizado com o objetivo de reserva de emergência – justamente devido ao risco de oscilação no curto prazo, mesmo que o câmbio esteja com expectativas de alta.
Fazer comparações com tipos de fundos diferentes também não é inteligente, pois cada mercado que é acessado possui suas próprias tendências.
Por exemplo, se o cenário está favorável para ações internacionais, por que comparar a performance de um fundo que investe nesses ativos lá fora com um fundo que investe em renda fixa no Brasil? Consegue perceber que são “mundos distintos”?
Fundos de investimento também possuem prazos diferentes para resgate, há aqueles com cotização e liquidação no mesmo dia, no dia seguinte, em 30 dias… até um ano existe, acredita?! Então fique ligado no tempo que seu recurso estaria disponível novamente para você.
É de valia, adicionalmente, analisar o histórico dos gestores dos fundos – que é o time responsável pela gestão do recurso – ou seja, observar o retorno do fundo e o valor da cota em momentos diferentes da economia. Uma boa gestão é mensurada no longo prazo.
Fique de olho nas taxas de administração e performance, mas não se prenda a elas.
As rentabilidades dos fundos de investimento são, em quase totalidade, exibidas líquidas de taxas, logo, “pagar” a mais por um fundo cujo retorno entregue e projetado é aderente às suas metas de investimento deve ser considerado.
Por fim, frente ao prazo que você espera deixar seu recurso, leve em consideração a tributação existente no fundo escolhido.
Os fundos de investimento podem ter regras de tributação diferentes, tudo irá depender da classe e tipo de fundo. Por exemplo, fundos classificados como de longo prazo seguem a tabela regressiva do Imposto de Renda e, no geral, eles são os mais comuns no mercado e têm estratégias de investimento para prazos maiores do que 365 dias. Já os fundos de ações possuem alíquota fixa de IR de 15% sobre a rentabilidade em qualquer tempo de aplicação.
Converse com seu assessor de investimento ou seu gerente bancário para um melhor direcionamento do recurso.
Harion Camargo, formado pelo Mackenzie, é especialista em finanças e mercados financeiros