Há um vício muito perigoso em nossas escolas. O usou de celulares e games, tema que precisa ser muito estudado, imediatamente! O vício em games foi classificado internacionalmente como uma doença CID-11 pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Ou seja um transtorno de cunho mental emocional, “gaming disorder”. Um tipo de distúrbio do controle dos impulsos conectado à ansiedade generalizada.
Um padrão de comportamento em que o jogar prevalece diante de outros temas vitais na vida da criança ou do jovem acometidos pelo transtorno.
Também estamos frente a algo parecido nas salas de aula que voltaram a funcionar presencialmente. Nas classes, muitos educadores estão sem saber o que fazer com os alunos que ficam presos nos celulares sem olhar para o professor. Se os celulares ajudaram a se conectar com os alunos durante a fase mais crítica da pandemia, agora é preciso voltar a se conectar com o professor e focar nas relações humanas, tão importantes dentro de uma sala de aula e na vida.
Só para exemplificar, os alunos nem querem mais copiar o que está escrito na lousa, simplesmente fotografam. O que pode prejudicar a absorção de conteúdo, pois escrever à mão é muito importante para o cérebro, melhora a cognição, estimula a memória e, na infância, ainda ajuda a ter um melhor domínio corporal.
Enfrentamos um desafio com a ampliação desse risco endêmico, senão epidêmico.
Fora do Brasil, algumas medidas já têm sido tomadas. Desde 2018, a França, por exemplo, proibiu o uso de celulares e tablets nas escolas públicas entre crianças e jovens de 6 a 15 anos, o que recebeu o nome de ‘medida de desintoxicação’. Será esse o melhor caminho?
Esse desafio, que agora é uma doença, exige que a sociedade como um todo se engaje no debate sem confronto de ideias radicais, ou tudo ou nada, porque cada dia que passa, estamos sem saber o que fazer de bom para nossas crianças e jovens.
Por favor, vamos nos unir e descobrir uma rota que salve nosso futuro e nossas famílias. O tema é urgentíssimo.
Luis Norberto Pascoal é empresário, empreendedor e incentivador de projetos ligados à educação e à sustentabilidade. A Fundação Educar Dpaschoal é um dos pilares de seu trabalho voltado ao desenvolvimento humano e social