Em Assembleia Geral Extraordinária realizada na noite desta quarta-feira (15), os sócios do Guarani aprovaram a utilização do terreno que pertence ao clube, na Rodovia dos Bandeirantes, para o desenvolvimento do projeto de construção da nova arena do Bugre. A votação aconteceu de forma presencial no ginásio do Brinco de Ouro da Princesa e também foi feita virtualmente para os associados que não conseguiram comparecer ao local.
O placar final foi de 181 votos favoráveis e 39 votos contrários ao desenvolvimento do projeto no terreno do Guarani. Alguns sócios, principalmente os que não se mostraram favoráveis ao projeto, fizeram questionamentos em relação a localização onde poderá ser construída a nova casa do Alviverde.
No total, 545 sócios estavam aptos a votar e 220 estiveram presentes, o que totaliza pouco mais de 40%. Os oito membros da Comissão Imobiliária não votaram. Também estiveram presentes na votação o presidente do Conselho de Administração, Ricardo Moisés, e o presidente do Conselho Fiscal, Fábio Araújo.
“Eu vejo a aprovação como mais um passo no caminho da reconstrução do Guarani. O acordo (alienação do Brinco) foi um passo para a sobrevivência e agora é um passo para a reconstrução de colocar o Guarani no caminho da modernidade. Os sócios tiveram consciência e optaram por um estádio melhor e maior para que a gente consiga ter equipamentos melhores”, destacou Marcelo Galli, presidente do Conselho Deliberativo do Guarani e membro da Comissão Imobiliária do novo estádio.
“É uma decisão muito consciente dos sócios do Guarani, uma diferença bem grande (na votação) que mostra que o caminho escolhido é o caminho da reconstrução do clube. Agora é trabalhar para que a gente consiga o melhor possível. Nosso trabalho só começou e vamos buscar aprovações para conseguir o melhor projeto”, completou.
Vale lembrar que a obra está prevista na venda judicial de todo o complexo do Brinco de Ouro da Princesa. O acordo prevê que o Grupo Magnum, responsável por arrematar o estádio, deve construir uma nova arena para o Guarani, além de um centro de treinamentos e um clube social. A Magnum só poderá tomar posse da atual casa bugrina quando as construções previstas estiverem concluídas e entregues ao Alviverde. Se realmente for construído no terreno do Bugre, a arena pode contar até com 25 mil lugares, o dobro do proposto inicialmente, que era um estádio para 12 mil torcedores.
A partir de agora, o próximo passo é buscar as aprovações e cumprir as exigências determinadas pela Prefeitura para levar aos sócios o projeto final da nova arena. A Comissão Imobiliária também vai consultar as concessionárias responsáveis pelas rodovias próximas ao terreno onde está prevista a construção do empreendimento para discutir obras de vias de acesso.
Projeto atual
Antes da votação de ontem, o Grupo Magnum já havia apresentado em duas reuniões com os sócios do Guarani detalhes do projeto inicial da construção da nova arena do clube. O terreno que pertence ao Alviverde tem 150 mil metros quadrados que seriam divididos de uma forma que o estádio ocupe 87 mil metros quadrados, 30 mil metros quadrados sejam destinados ao CT e 20 mil metros quadrados para a sede administrativa, estacionamento e clube social. Os 11 mil metros quadrados restantes fazem parte de uma área de preservação permanente (APP) e não podem ser ocupados.
O arquiteto Celso Grion Maleronka, da Effect Arquitetura, é o enviado pelo Grupo Magnum como responsável pelo projeto. O profissional trabalha com a Federação Paulista de Futebol (FPF) e já participou da elaboração de centro de treinamentos construídos em todo o estado de São Paulo. Ele também esteve à frente de empreendimentos para as Olimpíadas Rio 2016 e da Fórmula 1 no Brasil, na reforma do Autódromo de Interlagos.