A ativista iraniana Narges Mohammadi foi agraciada nesta sexta-feira (6) com o prêmio Nobel da Paz 2023. Defensora dos direitos humanos das mulheres, Narges, de 51 anos, atualmente está presa, condenada, no total, a mais de 30 anos de reclusão por “espalhar propaganda contra o Estado”. Há anos que a ativista lidera a luta das mulheres no Irã. O Prêmio Nobel da Paz, no valor de 11 milhões de coroas suecas, será entregue em Oslo no dia 10 de dezembro.
Mesmo da prisão, Narges conseguiu continuar a sua luta pelos direitos das mulheres no país persa, segundo destacou o Comitê do Prêmio Nobel. Ela foi uma das lideranças da onda de protestos no ano passado no Irã, após a morte de Mahsa Amini, uma jovem de 22 anos detida pela polícia em Teerã sob a acusação de não usar o hijab, véu que cobre os cabelos, de maneira adequada. Narges já foi presa 13 vezes e condenada a 31 anos de prisão por conta de seu ativismo.
“Ela apoia a luta das mulheres pelo direito de viver e a liberdade de expressão e contra as regras que exigem que as mulheres permaneçam fora da vista e cubram os seus corpos”, apontou Berit Reiss-Andersen, presidente do Comitê Norueguês do Nobel.
De acordo com Andersen, o Nobel é um reconhecimento do movimento pela luta pelos direitos das mulheres no Irã. “A líder indiscutível deste movimento é Narges Mohammadi.”
Narges é a 19ª mulher a ganhar o Prêmio Nobel da Paz e a segunda iraniana, depois que a ativista de direitos humanos Shirin Ebadi ganhou o prêmio em 2003.
Antes de ser presa, Narges era vice-presidente do banido Centro de Defesa dos Direitos Humanos do Irã. Ela é engenheira de formação e recebeu o Prêmio Andrei Sakharov 2018. O marido e colega ativista, Taghi Rahmani, e seus filhos gêmeos de 16 anos vivem em Paris.