O presidente Jair Bolsonaro discursou a apoiadores nesta terça-feira (7), na Avenida, em São Paulo, e avisou que “não será preso”, além de afirmar que “só Deus” o tira de Brasília. Em tom ameaçador, citou o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, e mandou um recado: “ou o ministro se enquadra ou ele pede pra sair”. Segundo informações da Polícia Militar, cerca de 125 mil pessoas estiveram presentes na Paulista.
“Nós devemos sim, porque eu falo em nome de vocês. Determinar que todos os presos políticos sejam postos em liberdade. Digo a vocês que qualquer decisão do ministro Alexandre de Moraes esse presidente não mais cumprirá”, continou. O magistrado determinou a prisão de apoiadores do presidente por ameaças à Corte, como o ex-deputado Roberto Jefferson.
“Não se pode permitir que um homem apenas turve a nossa liberdade. Dizer a esse ministro que ele tem tempo ainda para se redimir, tem tempo ainda para arquivar seus inquéritos. Sai Alexandre de Moraes, deixa de ser canalha, deixa de oprimir o povo brasileiro, deixa de censurar”, disse o presidente.
Mais uma vez, Bolsonaro defendeu o voto impresso. “Não é uma pessoa no TSE que vai nos dizer que esse processo é seguro e confiável”, falou, acrescentando que há uma “farsa” que é “patrocinada” pelo presidente do TSE, sem citar o nome do ministro Roberto Barroso.
Em cima de um carro de som, Bolsonaro avisou: “nunca serei preso”. “O que incomoda alguns lá de Brasília é que começamos a mudar o Brasil. Acreditem, com vocês colocaremos o Brasil num lugar de destaque. Temos uma pátria que ninguém tem”, disse.
A grande adesão dos apoiadores à manifestação na capital paulista também foi citada pelo presidente. “Hoje é uma foto a ser mostrada para o mundo”.
O governador de São Paulo, João Dória, também foi lembrado durante o discurso na Avenida paulista. Bolsonaro criticou medidas de fechamento do comércio e disse que foram “piores que o vírus”, em referência à Covid-19. “Tinha de esperar um pouco mais para que a população fosse se conscientizando do que é um regime ditatorial. Pior do que o vírus foram as ações de alguns governadores e prefeitos.”
Segundo a Secretaria de Segurança Pública (SSP), não houve incidentes graves durante a manifestação. Duas pessoas foram presas por furtos e outra por soltar fogos de artifício.