A Câmara de Campinas vota nesta segunda-feira (14) três moções de protesto contra o deputado estadual Arthur do Val (Sem partido) por suas falas preconceituosas a respeito das mulheres ucranianas.
As três moções são de autoria das vereadoras Guida Calixto (PT) e Débora Palermo (PSC) e do vereador Perminio Monteiro (PSB ). A moção tem um valor simbólico e se for aprovada, significa que será uma posição oficial da Câmara de Campinas a respeito do assunto. Além disso, ela é encaminhada ao órgão ou entidade a que o assunto diz respeito, neste caso, a Assembleia Legislativa de São Paulo.
Em áudios vazados e que acabaram sendo espalhados nas redes sociais, o deputado se referiu às mulheres ucranianas de maneira leviana, proferindo palavrões e termos chulos. Os comentários sexistas se referiam às policiais de fronteira, e ele também compara às brasileiras.
Os referidos áudios – compartilhados em aplicativos de mensagem – mostram que o deputado enviou ao menos quatro mensagens, com comentários sexistas referindo-se às policiais ucranianas. Em um deles, Arthur do Val – que informou ter ido à Ucrânia “para ajudar os refugiados e mostrar a realidade de uma guerra” –, utiliza inclusive, termos escatológicos.
Chegou a dizer sobre as ucranianas “que são fáceis porque são pobres” e que são capazes de “fazer de tudo”. Sequer é possível, nesta Nota, reproduzir outros termos citados, de tão ofensivos.
Alesp
A deputada estadual Márcia Lia (PT) defende a cassação do mandato de Arthur do Val
“Os áudios do deputado Arthur do Val se referindo às mulheres ucranianas são violentos por si só, mas quando colocadas no contexto se tornam ainda mais cruéis, porque atacam mulheres em situação de extrema vulnerabilidade. Nem de longe esse discurso e comportamento são condizentes com a postura de um político eleito pelo povo para ser seu representante na Assembleia Legislativa”, fala a deputada Márcia Lia.
O Conselho de Ética da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) aceitou 21 representações de pedido de cassação contra o parlamentar protocoladas desde o último dia 4 por deputados e deputadas, de forma individual ou coletiva, e também por instituições como a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).