A Câmara Municipal de Campinas vai ficar pelo menos até terça-feira, dia 29, impedida de fazer transmissões ao vivo ou publicar conteúdos de serviços, material informativo ou noticioso no seu canal no YouTube.
A Legislativo foi informado nesta sexta-feira (25), que a plataforma deverá responder só na semana que vem às contestações oferecidas pela Casa. Se o YouTube não se convencer das justificativas, a Câmara deverá ficar fora do ar por uma semana.
Em caso de um segundo erro ficará fora por duas semanas e num terceiro, perde o canal definitivamente.
A Câmara está impedida de publicar no canal desde a tarde desta quinta-feira (24), depois da realização de uma audiência pública organizada pelo vereador Nelson Hossri (PSD), que teria violado a política da plataforma.
Hossri promoveu uma audiência em que, segundo a avaliação do YouTube, teria promovido desinformação a respeito da pandemia do coronavírus e sobre os efeitos da vacina contra a Covid-19.
A audiência foi organizada por Nelson Hossri para debater o “fim do passaporte da vacina e o fim das máscaras nas escolas”.
Para isso, chamou para o debate, a deputada estadual Janaína Paschoal, a médica Maria Emília Gadelha, o médico neurocirurgião José Augusto Nasser , o médico Alessandro Loiola e o psicológico e estatístico Bruno Campelo de Souza, entre outros.
Como medida de prevenção, a Câmara também retirou o video da audiência que estava no Facebook.
O vereador Nelson Hossri chamou a decisão do YouTube de “censura e ditadura” e disse que se trata de um ataque “à democracia”.
“Sou vereador eleito, e dentre minhas funções como parlamentar é propor audiências públicas para debater assuntos de interesse de toda população, como assim o fiz no dia de hoje”, argumentou ele, ontem (24).
“O Poder Legislativo tem o direito e o dever de discutir assuntos como este, e retirar do ar a audiência pública não é só censura como fere e ataca o Poder Legislativo Campineiro de forma covarde”, afirmou.