O vôlei brasileiro está em luto pela morte da campeã olímpica Walewska na noite desta quinta-feira (21). A medalhista Olímpica de ouro e bronze da seleção brasileira faleceu aos 43 anos, em São Paulo. A Secretaria de Segurança Pública do estado de São Paulo divulgou o Boletim de Ocorrência do caso. Segundo a polícia, Walewska caiu do 17º andar. As circunstâncias estão sob investigação.
Clubes, atletas e personalidades se solidarizaram por meio de mensagens nas redes sociais. A CBF postou:
“Com tristeza e imenso pesar, a Confederação Brasileira de Voleibol (CBV) recebeu a notícia do falecimento da campeã olímpica Walewska na noite desta quinta-feira. Neste momento tão difícil, a CBV se solidariza com a família e os amigos desta grande jogadora.”
O Campinas Vôlei também se manifestou: “Que Deus conforte à família, amigos e todos amantes do voleibol, esporte o qual ela deixou um legado de vitórias, profissionalismo, dedicação à família e aos sorrisos que sempre foram uma marca da nossa Wal. Descanse em paz. Deus abençoe!”
O levantador da seleção masculino, Bruninho, escreveu: “Que notícia triste a sua partida querida Wal! Uma mulher guerreira, alegre, leal , que marcou uma geração e deixa um legado incrível. Cada encontro com você era sempre digno de risadas e muitas memórias emocionantes. Um dia muito triste pra quem teve a oportunidade de em algum momento conviver com você. Deus te receba de braços abertos! Força pra toda familia”.
Central de excepcional talento, que se aposentou do vôlei no ano passado, após o Sul-Americano, Walewska defendeu por muitos anos a seleção brasileira feminina. Além da medalha de ouro nos Jogos de Pequim 2008, foi bronze em Sydney 2000, conquistou três títulos do Grand Prix, os Jogos Pan-Americanos de 1999 e a Copa das Campeões de 2013.
“Walewska era uma jogadora especial, sua trajetória no esporte será para sempre lembrada e reverenciada”, diz o presidente da CBV, Radamés Lattari.
Walewska participou de um podcast na quinta-feira (21), horas antes de morrer. Também estava envolvida com a divulgação de sua biografia chamada “Outras redes”, lançada em março deste ano. No livro, a ex-jogadora relata a vida nas quadras que a tirou de casa ainda aos 12 anos para realizar um teste no time de Minas.
“Girei o mundo, cruzei barreiras e ganhei mais do que campeonatos e olimpíadas: pude vencer a mim mesma, superar meus medos e aprender com as minhas fraquezas…”, escreveu na biografia.
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Walewska era casa há 20 anos com seu ex-empresário e hoje corretor de imóveis Ricardo Mendes. O casal não tinha filhos. A família ainda não informou detalhes sobre o velório.
Investigação
Em nota, a Secretaria de Segurança Pública do estado de São Paulo disse que a Polícia Civil investiga a morte ocorrida por volta das 18h desta quinta no bairro de Cerqueira César, na zona oeste da capital. O documento informa que foi solicitada a perícia no local. Segundo a nota, detalhes serão preservados para garantir autonomia ao trabalho policial. Imagens das câmeras de segurança do edifício no bairro da Bela Vista, onde a ex-atleta morava, captaram imagens do ocorrido e serão analisadas. A queda foi do 17º andar, onde ficava a área de lazer do edifíco.
Seleção Brasileira
Nessa madrugada, após tomar conhecimento da morte da jogadora, a Seleção entrou em quadra, no Japão, e perdeu para a Turquia por 3 sets a 0 (21/25, 27/29 e 19/25), pelo Pré-Olímpico. As jogadoras utilizaram braçadeiras em homenagem à central.
“A Wal foi um exemplo de coragem, de resiliência, uma mulher forte. Ela fez parte de uma geração que me fez querer ser jogadora de vôlei. Estivemos com ela há pouco tempo em Barueri e, mais uma vez, ela deixou uma mensagem de incentivo muito forte. Queremos continuar esse legado que ela deixou para nós”, lamentou a ponteira Gabi.
“Está doendo muito. Sabíamos que tínhamos que disputar esse jogo, nos juntamos e deixamos para chorar depois da partida. Foi difícil conter as lágrimas na nossa oração de pré-jogo. Temos mais dois jogos importantes para a classificação e hoje deixamos a desejar em algumas situações. Agora vamos sentir esse luto. Quando cheguei na seleção a Wal era uma das mais experientes. Aprendi muito com a postura dela. A Wal foi um espelho pela educação, o charme e a resiliência. Ela representou o Brasil lindamente. O esporte perde um grande ícone, uma representante de muito amor pelo voleibol”, disse a central Thaísa.
“É um momento muito difícil, de muita tristeza. A Walewska foi um exemplo de dedicação, comprometimento, ela tinha tudo de bom que uma atleta pode ter. Ela sempre se cuidou muito, ajudou seus times, desde muito nova. Ficamos sem chão. Falando do jogo, a Turquia pressionou o nosso time e nosso saque precisava fazer mais a diferença. Agora temos que pensar na Bélgica e no Japão para buscar a nossa classificação. Temos que deixar passar esse momento triste. Eu conheci a Walewska e sei que se ela tivesse aqui ela pediria para jogarmos por ela. A Walewska deixa um legado como atleta e ser humano. Ela foi uma atleta que todo o treinador gostaria de ter no seu time”, falou o técnico José Roberto Guimarães.
Natural de Belo Horizonte, Waleswka defendeu diversos clubes durante a vitoriosa carreira. Começou no Minas, entre 1995 a 1998. Voltou ao clube entre os anos de 2014 e 2015. Jogou pelo Rexona/Ades, São Caetano, Sirio Perugia da Itália, Murcia da Espanha, Zarechie da Rússia, Vôlei Futuro, Vôlei Amil, Osasco e Praia Clube. No Brasil, tinha duas conquistas da Superliga (1999-2000 e 2017-18), Supercopa (2019, 2020 e 2021), Campeonato Mineiro (2019 e 2021), Sul-Americano (2021). O Praia Clube aposentou a camisa 1 utilizada pela jogadora.