O Laboratório Municipal de Patologia Clínica de Campinas, responsável pela realização dos exames das unidades da Secretaria de Saúde, ampliou o horário de recebimento de hemogramas que detectam a gravidade da dengue.
A partir deste mês de fevereiro, os centros de saúde podem enviar as amostras para análise tanto no período da manhã, quanto à tarde, de acordo com a Pasta.
A medida foi tomada por conta da epidemia de dengue. O número de hemogramas realizados pelo laboratório subiu de cerca de 700 por dia em 2023 para 1,4 mil em fevereiro deste ano, aponta levantamento da Prefeitura.
Na tarde de terça-feira (27), Campinas registrou a primeira morte por dengue em 2024. Trata-se de uma mulher de 94 anos, moradora do Jardim Eulina. De 1º de janeiro até terça, a cidade teve 8.543 casos confirmados. Foi registrado ainda um caso importado de chikungunya.
Os dados do laboratório mostram que em janeiro foram realizados 22.103 hemogramas, cerca de 1.100 a cada 24h. Já em fevereiro, até o dia 26, o total de exames chegou a 22.382, média diária de 1.400, com pico de até 1.700 hemogramas analisados em um único dia. Em dezembro de 2023, o número atingiu 14.334. Esses são hemogramas completos que também detectam a doença.
Especificamente com o selo “hemograma-dengue”, que sinaliza urgência, foram feitos, 459 exames em dezembro de 2023; 2.639 em janeiro e 6.037 em fevereiro, até o dia 26.
A partir dos resultados do hemograma, os médicos nos centros de saúde podem definir a conduta a ser adotada. Um mesmo paciente pode precisar realizar o exame mais de uma vez para acompanhamento do quadro e alta médica.
Antes da mudança, que começou após o Carnaval, os centros de saúde enviavam os “hemogramas-dengue” somente no período da manhã, junto com as coletas realizadas até as 9h. Agora, mais uma rota de transporte de exames foi implementada e a recolha é feita no período da tarde também, chegando ao laboratório até as 16h30.
“Os resultados ficam prontos em um prazo médio de três horas, conforme a demanda, e são disponibilizados on-line para as unidades de saúde”, diz Fabio Augusto Tambascia, coordenador do Laboratório.
O “hemograma-dengue” é capaz de detectar no sangue do paciente a quantidade de hematócritos, os glóbulos vermelhos ou hemácias.
“É um parâmetro importante para verificar a concentração sanguínea. Quando as hemácias começam a ficar concentradas, o sangue fica mais grosso e é preciso recorrer à hidratação. O paciente recebe soro, que vai para a corrente sanguínea e faz a diluição dessa concentração”, explicou o coordenador do laboratório.
O exame também detecta o nível de plaquetas, fragmentos celulares que auxiliam na coagulação sanguínea. A diminuição no nível para menos de 150 mil por milímetro cúbico de sangue (o normal é entre 150 e 450 mil mm³) pode causar hemorragias.