Foi lançado nesta terça-feira (23), em Campinas, o projeto para desenvolvimento de políticas de atendimento e prevenção aos transtornos mentais e suicídios relacionados ao trabalho. O acordo de cooperação que dá origem ao programa envolve a Secretaria de Saúde de Campinas, o Ministério Público da 15ª Região (MPT-15) e a Unicamp.
Entre as novidades está um projeto piloto com adesão das três instituições para melhorar notificações e busca ativa de casos nas unidades de saúde.
No evento também foi lançado um painel que mostra aumento de acidentes de trabalho entre 2020 a 2023 na área do Centro de Referência em Saúde do Trabalhador (Cerest) de Campinas, vinculada à Saúde. Ele atende a metrópole e mais oito municípios: Americana, Artur Nogueira, Cosmópolis, Hortolândia, Nova Odessa, Paulínia, Sumaré e Valinhos.
O projeto piloto começa com profissionais da saúde primária dos centros de saúde Rosália e Vila Padre Anchieta, na região Norte de Campinas, além de serviços de atendimento de urgência e emergência.
A etapa inicial tem previsão de dois anos e o objetivo é criar protocolos de atendimento para casos de transtornos mentais e tentativas de suicídio de trabalhadores, e ações para melhorar as notificações deste tipo de problema, que não se refletem nas estatísticas de acidentes.
Como vai funcionar?
A Unicamp atuará na capacitação das equipes de saúde de Campinas que atuam nas unidades básicas e nos atendimentos de urgência e emergência, com propósito de ampliar o olhar na assistência. Em paralelo, a Saúde, por meio do Departamento de Vigilância em Saúde (Devisa), fará um acompanhamento do trabalhador e irá verificar o que pode ser melhorado no ambiente laboral para evitar ou interromper as causas do problema.
Ainda nesta terça, o MPT-15 se reúne no Salão Vermelho com representantes do Corpo de Bombeiros, Ministério do Trabalho e Emprego, polícias Civil e Científica, Guarda Municipal, Samu, Defesa Civil e Instituto Médico Legal (IML) para alinhar novo fluxo de comunicação de acidentes de trabalho, e como cada instituição pode contribuir no atendimento, análise e investigação dos acidentes graves e fatais que forem registrados em Campinas.
Estatísticas – 01/01/2020 até 18/04/2023
Total de notificações de acidentes recebidas no Cerest Campinas: 4.568
Acidentes com exposição a material biológico: 1.645
Acidente de trabalho: 2.923
Total de acidentes de trabalho por município de residência
Campinas: 4.115
Hortolândia: 184
Sumaré: 149
Valinhos: 46
Paulínia: 44
Cosmópolis: 14
Americana: 11
Nova Odessa: 4
Artur Nogueira: 1
Ano da notificação do acidente – área do Cerest Campinas
2020: 270
2021 – 353
2022 – 830
2023 – 2.125
2024 – 537
Perfil dos acidentes de trabalho em Campinas – 01/01/2024 até 18/04/2024
Total de notificações de acidentes de trabalho de residentes em Campinas: 375
Comunicações de acidente de trabalho emitidas: 93
Principais ocupações que notificaram acidentes de trabalho em 2024
Técnico de enfermagem – 32 notificações (21,48%)
Auxiliar nos serviços de alimentação – 18 (12,08%)
Enfermeiro – 16 (10,74%)
Repositor de mercadorias – 15 (10,07%)
Trabalhador de serviços de limpeza e conservação de áreas públicas – 13 (8,72%)
Notificações de acidentes de trabalho por faixa etária e sexo
60 a 69 anos – 6 do sexo feminino e 4 do sexo masculino
50 a 59 anos – 10 do sexo feminino e 30 do sexo masculino
40 a 49 anos – 39 do sexo feminino e 35 do sexo masculino
30 a 39 anos – 29 do sexo feminino e 66 do sexo masculino
20 a 29 anos – 62 do sexo feminino e 77 do sexo masculino
10 a 19 anos – 5 do sexo feminino e 12 do sexo masculino
Óbitos por faixa etária e sexo
1 – sexo masculino, 50 a 59 anos
1- sexo masculino, 30 a 39 anos
1 – sexo feminino – 20 a 29 anos
SERVIÇO
Trabalhadores com dúvidas sobre o tema podem procurar por apoio e assistência junto aos 68 centros de saúde de Campinas, ao Cerest e ao MPT-15.