A Secretaria Municipal de Saúde iniciou semana um trabalho para ampliar a capacitação sobre dengue das equipes de saúde das redes pública e particular. O objetivo é qualificar a assistência aos pacientes que forem diagnosticados com a doença ao longo de 2024 e a medida integra o pacote de ações anunciado pela Prefeitura para enfrentamento à doença.
“Além das ações de comunicação de risco, ações de mobilização e de controle de criadouro, é importante que toda a rede de assistência pública e privada do município esteja preparada para o atendimento. No geral, dengue é uma doença cujo óbito é considerado evitável. É importante destacar ainda, que programaticamente e anualmente a rede de assistência passa por esta preparação”, explicou a coordenadora de Vigilância Epidemiológica, Daiane Morato.
Em 19 de dezembro de 2023, o prefeito, Dário Saadi, anunciou uma série de medidas para enfrentamento à dengue. Ela inclui uma Sala de Situação para análise sistemática, reorganização da rede municipal de saúde e um novo site para divulgar informações.
A cidade registrou no ano passado 11.079 casos confirmados e três óbitos pela doença – dados parciais até 10 de janeiro.
O cenário pode piorar se houver reintrodução dos vírus tipos 3 e 4, não registrados localmente desde 2009 e 2014, respectivamente, mas que já causaram infecções em outros municípios. Desta forma, os grupos mais vulneráveis são crianças, adolescentes e adultos que não tiveram contato com a doença antes. Há risco de dengue grave quando uma pessoa é infectada por um tipo diferente ao anterior.
Mutirões
Neste ano, a Administração já realizou dois mutirões contra a dengue. O primeiro foi realizado em 6 de janeiro em sete áreas: Jardim Santo Antônio, DICs 3, 4 e 5, e trechos do Jardim Rosalina e Jardim Santos Dumont. Já o segundo durou dois dias e ocorreu no Jardim Eulina, entre quinta e sexta-feira, 11 e 12 de janeiro.
Diante das dificuldades e com objetivo de reduzir as pendências, o mutirão desta vez também inclui a ação de drones em locais e imóveis em que há dificuldade de acesso, identificados como desocupados ou em situação de abandono, e utilização de chaveiro, caso necessário. Esta operação está respaldada em decisão judicial de 2020, proferida nos autos do processo judicial n.º 1005810-97.2014.8.26.0114, da 1ª Vara da Fazenda Pública de Campinas.
Esforço conjunto
A Saúde ressalta a importância do esforço conjunto entre Poder Público e sociedade para enfrentamento à dengue. Campinas registrou em 2023, pelo terceiro ano seguido, aumento da “pendência” durante ações de visita de agentes a imóveis para vistoria e eliminação de criadouros. Metade dos espaços que foram alvos das equipes foi encontrada inacessível porque estava fechada, desocupada ou por conta da recusa de moradores. Veja as taxas:
♦ 2020: 43,5%
♦ 2021: 44,7%
♦ 2022: 46,9%
♦ 2023: 50,3%
Combate à doença
A luta contra as arboviroses exige uma contrapartida da sociedade. A Prefeitura mantém um programa de controle e prevenção da doença, mas cada cidadão precisa colaborar destinando corretamente resíduos e evitando criadouros. Dados do Devisa mostram que 80% dos criadouros estão nas residências.
Para acabar com a proliferação do mosquito é preciso evitar qualquer acúmulo de água, principalmente em latas, pneus, pratos de plantas, lajes, calhas e outros objetos. É importante, também, vedar a caixa d’água e manter fechados vasos sanitários inutilizados.
Orientações sobre assistência
Caso o morador tenha febre e mais dois sintomas associados (dor de cabeça, dor no corpo, náusea, vômito, manchas no corpo, dor articular, dor atrás dos olhos), ele deve procurar um centro de saúde de Campinas para receber atendimento e orientações.
Por outro lado, se apresentar tontura, dor de barriga muito forte, vômitos repetidos, suor frio e sangramentos, a busca por auxílio deve ser feita em pronto-socorro ou em UPA.
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