Todos os dias em Campinas são servidas 285,9 mil refeições para 170 mil estudantes das escolas municipais e estaduais da cidade, matriculados desde a Educação Infantil até o Ensino Médio.
A quantidade de alimentação fornecida todos os dias pela Secretaria Municipal de Educação de Campinas é, por exemplo, suficiente para alimentar toda a população de Indaiatuba, cidade vizinha com 260,6 mil moradores.
De acordo com a Prefeitura, o investimento anual na alimentação escolar é de R$ 182 milhões. Ao todo são 15 cardápios diferentes, que atendem também alunos com intolerâncias e restrições alimentares – nestes dois últimos casos, as refeições são pautadas seguindo as orientações do médico do aluno.
“Eu acho a alimentação maravilhosa. É algo regrado, muito sério. Meu filho aprendeu a comer verduras e legumes na escola, durante o almoço. Na escola, mesmo que eles dizem que não gostam, tem que pelo menos experimentar a comida. A minha filha de 9 anos, não comia peixe, agora ela come, porque aprendeu na escola”, diz Veronice Pereira, de 43 anos.
Veronice tem dois filhos e um sobrinho matriculados na Escola Municipal de Ensino Fundamental e Educação Integral João Alves dos Santos, na Vila Regina.
A refeição dos estudantes é organizada levando em conta a permanência dos alunos na escola, explica a secretaria de Educação. “Quanto mais tempo, mais refeições são servidas. Há escolas, como as de período integral, que oferecem desde café da manhã, passando pelos lanches, até a última refeição (jantar), antes de o aluno deixar a unidade”, detalha a Pasta.
“Mesmo sabendo que antes de ir para a escola meu filho almoça, eu fico tranquila em saber que no período da tarde é oferecido a ele um jantar. Logo, ele está se alimentando novamente, e de forma saudável”, conta Suad Mohamad Youssef Abou Adile, mãe de um menino, de 3 anos, que estuda no Centro de Educação Infantil (CEI) Agostinho Patáro, no distrito de Barão Geraldo.
Premiações
A alimentação escolar de Campinas já foi premiada várias vezes como a melhor do Estado de São Paulo, pela qualidade das frutas, legumes, carnes e outros itens que compõem os cardápios. Parte desses produtos são adquiridos por meio da agricultura familiar, por exemplo.
Há 30 anos, o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) transferiu para o município a responsabilidade de fazer a gestão da merenda escolar. Uma das competências da cidade é fazer a prestação de contas de como são utilizados os recursos investidos na alimentação, que vêm do Governo Federal, principal financiador do programa.
O Programa Municipal de Alimentação Escolar de Campinas é desenvolvido por meio de um convênio entre a Secretaria Municipal de Educação e a Ceasa-Campinas, uma parceria que começou em 2002.
“Temos como princípio oferecer alimentos in natura ou minimamente processados, que respeitam as necessidades nutricionais e os hábitos alimentares de cada aluno”, observa a coordenadora do Programa de Alimentação Escolar, Maria Helena Antonicelli.
Conforme a Administração Municipal, para dar conta de alimentar esse “batalhão” de alunos, de segunda a sexta-feira, na escola e nas atividades extracurriculares, como nos passeios pedagógicos, atuam nas escolas 1.490 cozinheiras, além de 57 nutricionistas.
Para este ano, a Secretaria Municipal de Educação já deu início ao processo de novos itens que vão integrar os cardápios, entre eles pão de queijo vegano, iogurtes, polpa de açaí, novos cortes de carnes, pão de batata, ora-pro-nobis etc, conta Maria Helena.