Apesar da chuva e do tempo frio, os campineiros foram ao Largo do Rosário na tarde desta segunda-feira (9), em manifestação contra o ataque antidemocrático aos prédios dos três poderes em Brasília. O “Ato pela Democracia” mobilizou Campinas e outras cidades do Brasil um dia após as cenas de terrorismo vistas na capital federal.
Após a reunião no Largo do Rosário, duas faixas da Avenida Francisco Glicério foram liberadas para os manifestantes, que caminharam carregando faixas e cartazes que pediam punição pelos culpados dos atos de vandalismo. Os organizadores calcularam a presença de quase 4 mil pessoas.
Integrantes de movimentos sociais, de partidos políticos, estudantes e cidadãos em geral se uniram para se posicionar de forma pacífica contra as ações de grupos bolsonaristas.
Os organizadores do evento em Campinas propuseram a mobilização como forma de posicionar a indignação pelos acontecimentos registrados em Brasília neste domingo. A manifestação também foi uma forma de apoio ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, eleito democraticamente.
A União Nacional dos Estudantes (UNE), a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes) e a Associação Nacional dos Pós-graduandos, junto com outros movimentos sociais, participaram da coordenação do ato.
Nesta segunda-feira, diversas entidades e instituições de Campinas demonstraram a indignação com os acontecimentos em Brasíilia. A Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) escreveu que repudia com veemência os atos e que os ataques às sedes dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, perpetrados por vândalos que elegem atos terroristas como formas de manifestação de sua contrariedade, configuram uma afronta ao Estado Democrático de Direito.
A OAB Campinas afirmou em comunicado que, em consonância com o posicionamento da OAB Nacional, reitera que “as liberdades de manifestação e de expressão, protegidas pela Constituição Federal, não incluem permissão para ações violentas nem para atentados contra o Estado Democrático de Direito.”
“No âmbito de Campinas e demais municípios, bem como dos Estados, faz-se necessário que as autoridades constituídas apurem os fatos em relação ao oferecimento de transporte gratuito ou subsidiado para levar manifestantes até Brasília e na incitação de pessoas na invasão, seguida da depredação de patrimônio público”, prossegue a nota.