As autoridades canadenses retiraram nesta sexta-feira (9) 2,4 mil pessoas da localidade de Tumbler Ridge, no oeste do país, devido à ameaça representada por um dos mais de 400 incêndios ativos no Canadá. Este incêndio em Tumbler Ridge é um dos mais ativos na Columbia Britânica, província que como o resto do país vive condições extremamente secas, que provocaram uma das piores ondas de incêndios na história moderna do Canadá.
Entretanto, no leste do país, onde estão ativos cerca de 200 incêndios florestais, a província do Quebec recebeu um contingente de 100 bombeiros franceses para ajudar a combater alguns dos 140 incêndios ativos.
São estes focos, com os de outros 50 da vizinha província de Ontario, os que geraram a fumaça que desde o princípio da semana causa problemas na salubridade do ar no Canadá e na costa leste dos EUA.
Nesta sexta, a qualidade do ar melhorou em cidades como Toronto, Otawa e Montreal, graças às condições meteorológicas e apesar de dos incêndios florestais continuarem a queimar cada dia milhares de hectares de árvores e vegetação.
Só este ano, o Canadá já sofreu 2.400 incêndios florestais e perdeu 4,3 milhões de hectares de floresta, 16 vezes mais do que a média da última década.
A professora de Física e Ciências Ambientais da Universidade de Toronto, Tanzina Mohsin, declarou à agência de notícias Efe que as alterações climáticas são as responsáveis diretas pelo dramático aumento dos incêndios florestais no Canadá.
Mohsin assinalou que o designado ‘déficit de pressão de vapor’, a diferença entre a quantidade de vapor de água no ar e a quantidade que pode reter quando está saturado, provoca a seca extrema da vegetação, tornada assim combustível ideal para as chamas. A acadêmica advertiu que está próximo um ciclo de destruição que se alimenta a si mesmo.
Neste processo de autoalimentação, a subida das temperaturas devido às causas humanas do dióxido de carbono (CO2) provoca um aumento dos incêndios florestais nas regiões mais a norte do planeta.
“Mesmo agora, façamos o que fizermos, não vamos poder escapar deste aumento [do aquecimento]. E vai ser difícil mantê-lo abaixo dos dois graus [centígrados]. Assim, não nos podemos limitar a procurar mitigar os efeitos do aquecimento global. Agora temos de fazer ações de adaptação”, disse.