A incidência de casos confirmados de dengue em Campinas quadruplicou em menos de um mês. No boletim do dia 14 de março, eram 11 a cada 100 mil habitantes, enquanto que no balanço divulgado na última quarta-feira (6) chegou a 44 para cada 100 mil habitantes. Em razão do crescimento, a Secretaria de Saúde emitiu um alerta para aumentar a sensibilidade dos serviços públicos e privados em relação ao diagnóstico da doença.
Apesar da alta, de acordo com a coordenadora do Programa Municipal de Arboviroses, Heloísa Malavasi, os números da dengue estão dentro das expectativas para o período.
Segundo a Secretaria de Saúde, entre 1º de janeiro e 4 de abril deste ano, foram registrados 534 casos de dengue. No mesmo período, foram confirmados três casos de chikungunya (um importado e dois autóctones). Até o momento não houve registro de casos de zika.
“O aumento é esperado, mas é preciso que as pessoas fiquem atentas aos criadouros e, em caso de sintomas, procurem os serviços de saúde”, disse. Os sinais de dengue são febre, dores no corpo, náusea ou vômitos, dor de cabeça, dor nos olhos ou dor nas articulações.
Regiões
A região Norte, que inclui bairros do distrito de Barão Geraldo, Castelo, Chapadão, Botafogo, entre outros, é a que mais tem casos da doença, com 162 registros. Na sequência estão as regiões Leste (área que compreende Nova Campinas, Gramado, Alphaville e outros) e Sudoeste (Campos Elíseos, Santa Lúcia), com 54 e 42 casos respectivamente. A Sul tem 28 confirmações e a Noroeste, 26. Não há registro de mortes.
Em 2021, Campinas teve 2.349 casos de dengue, com uma morte, e oito de chikungunya.
Epidemia
A cidade de Votuporanga, no interior de São Paulo, decretou estado de epidemia. Desde janeiro, a cidade de cerca de 96 mil habitantes já registrou 3.040 casos de dengue e outros 1.830 estão em investigação. No mesmo período, dois óbitos foram confirmados no município: dois homens, um de 75 anos e outro de 59 anos, que tinham comorbidades.
Outra cidade no interior de São Paulo que vem registrando muitos casos de dengue neste início de ano é São José do Rio Preto. A cidade recebeu 5.958 notificações de dengue até este momento sendo que, desse total, 2.741 casos foram confirmados. São José do Rio Preto também confirmou duas mortes pela doença no mês de fevereiro.
Boletim epidemiológico do Ministério da Saúde apontou que entre 2 de janeiro e 26 de março foram registrados 258.917 casos suspeitos de dengue em todo o Brasil, número 72% maior na comparação com o mesmo período de 2021. A região com mais casos é a Centro-Oeste, com 561,3 casos/100 mil habitantes. Depois vem a Sul, Norte e Sudeste.
Cuidados
A luta contra as arboviroses exige uma contrapartida de toda a sociedade. A Prefeitura mantém um programa de controle e prevenção da doença. Mas cada cidadão precisa fazer a sua parte, destinando corretamente os resíduos e evitando criadouros. Levantamento do Departamento de Vigilância em Saúde (Devisa) aponta que 80% dos criadouros estão dentro de casa.
Para acabar com a proliferação do mosquito é preciso evitar acúmulo de água, latas, pneus e outros objetos. Os vasos de plantas devem ter a água trocada a cada dois dias. É importante, também, vedar a caixa d’água. Os vasos sanitários que não estão sendo usados devem ficar fechados.