Em parceria com a Edward Gostling Foundation, com sede em Londres, o projeto Reabilitação, Estimulação, Desenvolvimento e Inclusão (REDI) – idealizado pela Casa da Criança Paralítica (CCP) – inaugura uma segunda fase em Campinas, que atenderá 40 pessoas com deficiência física moradoras da região Noroeste no período de um ano.
O projeto teve início em maio do ano passado na região Sudoeste de Campinas onde, até maio deste ano, conseguiu auxiliar 41 pessoas com deficiência física de zero a 50 anos de idade que estavam sem acesso ao atendimento de serviços público ou privado de saúde do município. Indiretamente, foram contempladas mais de 250 pessoas – entre usuários e familiares.
Em uma busca ativa, a equipe do projeto vai até o domicílio e conhece de perto as dificuldades dessas pessoas, com o objetivo de facilitar a elas o acesso aos serviços disponíveis no município e melhorar suas condições de vida. No primeiro ano do projeto – desenvolvido com apoio da FEAC – foi destinado à faixa etária de zero a 50 anos de idade, pois foi a demanda encontrada na região Sudoeste.
A equipe do REDI é formada pela assistente social Marcia Maria de Oliveira, pela fisioterapeuta Caroline Bortolote, pelo terapeuta ocupacional Danilo de Faria Moreira, a coordenadora técnica da CCP Silvia Bertazzoli e o motorista Claudiney Albino da Silva, profissionais contratados pela instituição. Os profissionais realizam as visitas aos pacientes captados pelo REDI às segundas, quartas e sextas-feiras, das 13 às 17 horas.
Entre as dificuldades vivenciadas por essa população, verificaram a falta de orientação adequada aos usuários com deficiência e seus familiares, com linguagem acessível e encaminhamentos assertivos por parte dos profissionais dos serviços; atendimento burocrático e pouco humanizado; e ausência de serviços e políticas públicas ao adulto com deficiência, uma vez que, devido ao seu processo de exclusão, tiveram acesso a poucas oportunidades ao longo da vida.
Para Silvia Bertazolli, a atenção à pessoa com deficiência, por meio de uma rede de serviços integrada e articulada, é imprescindível nessas duas regiões de Campinas. “Ao se iniciar precocemente as ações de reabilitação e prevenção há chances de redução da incapacidade do indivíduo com deficiência física. Além disso, em alguns casos é necessária a manutenção do processo de reabilitação. Dessa forma, ter uma rede de cuidados em saúde da pessoa com deficiência é de suma importância. A fisioterapia, a terapia ocupacional e o serviço social são eixos centrais na reabilitação da pessoa com deficiência física e a integralidade entre as especialidades visa à exploração dos múltiplos aspectos do desenvolvimento desses indivíduos”, avalia a especialista.