Cerca de 40% das crianças e jovens da Região Metropolitana de Campinas (RMC) na faixa etária dos 5 aos 15 anos vivem em situação de vulnerabilidade social. O novo estudo do Observatório PUC-Campinas mostra também que a população de crianças e jovens na RMC cai de forma rápida e a cada dia está mais exposta à vulnerabilidade social, à medida em que aumenta o envelhecimento.
“A população de 5 a 15 anos, que aparece no CADÚNICO, portanto, em situação de vulnerabilidade social, representa algo perto de 40% da população total dessa faixa etária, e a de crianças de 0 a 4 anos por volta de 30%”, diz o professor Cristiano Monteiro, coordenador do estudo.
O estudo aponta que no início da série histórica, em 2010, havia na RMC uma média de 31 jovens para 100 pessoas adultas. E a série termina com uma estimativa média de 25 jovens para 100 pessoas adultas em 2030.
De acordo com os resultados do Observatório, a estrutura etária da população nas cidades da RMC segue mostrando redução dos indicadores de natalidade, fecundidade e, consequentemente, a diminuição da participação relativa de jovens classificados pela faixa etária de 0 a 15 anos.
Os dados apresentados no trabalho apontam os problemas associados às dimensões da educação, segurança alimentar e moradia, entre outros fatores de agravos sociais.
“Será que essas crianças e jovens estão alcançando a melhor nutrição para o seu desenvolvimento pessoal e social? Sem dúvida, essa é mais uma questão social de alto relevo”, diz o professor.
A taxa de desemprego dos jovens continua alta, e mesmo os que conseguem se empregar estão enfrentando baixos salários. Entre os jovens de 15 a 29 anos, por exemplo, os setores da indústria reduziram a empregabilidade formal e as faixas salariais.
A queda da participação relativa dos jovens perante a população total faz com que a estrutura etária fique envelhecida. Sendo assim, o próximo período ficará mais dependente da capacidade de trabalho dos agrupamentos de pessoas jovens economicamente ativas.