Por Kátia Camargo
Em 2022, o Hora Campinas e a Fundação Educar lançaram a coluna Retrato das Juventudes. A ideia deu tão certo que já está em sua terceira edição. O espaço nasceu para dar voz aos jovens e saber o que pensam, quais são seus sonhos e desafios. Neste período, o portal se tornou um espaço de diálogo, escuta e conversa entre os leitores e esses jovens que têm tanto a dizer.
Esta edição terá a presença de quatro jovens que moram em diferentes lugares do Brasil e, a partir de suas visões de mundo, elas vão trazer seus olhares para questões não só da juventude como os desafios da sociedade.
Em 2024, as novas colunistas são Bruna Beatriz Marques, 22 anos, de Campinas, São Paulo, Lívia Campos Silva, 19 anos, é de Campinas, mas mora em Marília, São Paulo; Ludimila Rezende Santos, 18 anos, de Goiânia, Goiás; e Tábita Luiza de Ávila Dutra, 18 anos, moradora de Pelotas, Rio Grande do Sul.
Para a gestora da Fundação Educar, Cristiane Stefanelli o projeto Retrato das Juventudes é um espaço importante para que as juventudes – jovens heterogêneos e de contextos diferentes, possam além de adquirir as competências da escrita, expressar o que pensam sobre questões sociais, a partir de suas percepções e vivências.
“Apoiar esse espaço junto ao Hora Campinas está alinhado aos princípios da Educar, de criar condições e oportunidades de desenvolvimento do protagonismo juvenil”, diz Cristiane.
O editor-chefe do portal Hora Campinas, Marcelo Pereira, destaca a importância de ter o olhar dos jovens dentro do portal. “Nosso projeto está alicerçado na diversidade e na pluralidade. O mundo ‘adulto’ já está representado de forma bastante consistente na mídia em geral, com os temas e as preocupações pertinentes desta faixa etária. Falar com e para os jovens, pelo olhar de quem está saindo da adolescência, é uma oportunidade incrível para aprendermos juntos”, avalia o jornalista. “Sejam bem-vindos novos colunistas”, saúda Pereira.
Conheça um breve perfil das novas colunistas
Um olhar atento e generoso para a medicina e para o mundo
Tábita Luiza de Ávila Dutra, 18 anos, mora em Pelotas, Rio Grande do Sul. Está se preparando para ingressar na faculdade de medicina. Ultimamente, tem se dedicado muito aos estudos para realizar este sonho. Pretende ser uma cirurgiã na área de cardiologia, pois sabe que o primeiro órgão que se forma no corpo humano precisa estar saudável.
A jovem também sonha em morar sozinha e tirar carteira de motorista. Fã de esportes, já se aventurou em várias modalidades. Atualmente seu exercício é a musculação.
A escrita sempre esteve presente em sua vida. A jovem se reconhece na força das palavras. Para ela, escrever é se libertar. “Dar vida ao que sinto no papel é uma forma de transformar o sentimento em arte. Também adoro mergulhar na leitura e na escrita de poemas”, diz.
Tábita fez a Academia Educar em formato on-line e segue sendo monitora do projeto. Nesta experiência transformadora aprendeu que o protagonismo começa olhando para o outro.
“Aprendi como me comunicar melhor, autorregulação, ter senso crítico e mais visão de mundo. Também aprendi que existem muitas barreiras que nós mesmos criamos e devemos quebrar”, conta. “Se eu pudesse mudar algo no mundo atual gostaria que as pessoas se sensibilizassem mais umas pelas outras e pelo mundo ao seu redor”, diz.
A arte da escrita caminhando para o jornalismo
Bruna Beatriz Marques, 22 anos, é de Campinas, São Paulo. Atualmente trabalha como barista, mas pretende seguir a carreira de jornalista. Está se preparando para o vestibular e tem muita desenvoltura no vídeo, gosta de escutar e falar.
Ela conta que se diverte com coisas simples da vida. “Um bom livro, uma boa conversa, reunir a família, amigos e ouvir as histórias. Também sou fã de fazer trilha e gosto me aventurar pela natureza”, diz.
A jovem gosta muito de escrever poesias, ler poemas e romances, assistir documentários, ficção científica e um pouco de fantasia também. “Para mim escrever é imprimir a minha personalidade, é arte, é emoção. Hoje eu digo que escrever é coragem”, diz.
Bruna fez Academia Educar e destaca que o projeto tem uma magia que faz os jovens enxergarem com outras lentes aquilo que pode estar presente no cotidiano. “Antes de entrar na Fundação Educar eu nunca tinha visto o brilho e a importância da minha escola. Passei a enxergar que que os jovens que estão dentro dela e da minha comunidade, são os mesmo que podem mudar e melhorar aquilo que eles vivem, pensando em tudo. Isso despertou o sentimento de acreditar. Acreditar em mim, acreditar no outro, no sonho, e em uma palavra: esperança”, diz.
Se pudesse mudar algo no mundo começaria por oportunidades iguais. “Gostaria que todos, sem exceção, tivessem oportunidade de emprego, de educação acessível e de qualidade e que a preservação ambiental fosse uma consciência coletiva”, diz.
Uma farmacêutica escritora que partilha o que aprende
Ludimila Rezende Santos, 18 anos, é de Goiânia, Goiás. Estudante de farmácia, sonha em terminar a faculdade e abrir uma farmácia própria, além de publicar um livro.
Para ela, escrever é transbordar sentimentos no papel, é se expressar, além de usar a criatividade para construir novas perspectivas. A jovem gosta muito de escrever poemas, romances e músicas.
“Amo ler romances, aventuras e fantasias infantojuvenis. Assisto filmes e séries dos mesmos gêneros, juntamente à distopias. Para me divertir, eu gosto de desenhar, pintar em quadros e paredes, dançar, ler, escrever, cantar, tocar violão e conversar com amigos e familiares”, conta.
Ludimila fez Academia Educar on-line e segue monitora do projeto, inclusive já replicou parte da metodologia da Educar em sua cidade. “Aprendi e sigo aprendendo muito sobre trabalho em equipe, além de ter mais confiança, sendo para falar em público ou fazer algo”, destaca.
Se ela pudesse melhorar o mundo começaria pela educação. “Acredito que se ela fosse aplicada de maneira assertiva, muitos problemas seriam resolvidos, sejam políticos, econômicos ou sociais”, diz.
Ampliando seu olhar de mundo e do outro
Lívia Campos Silva, 19 anos, é de Campinas, mas após conquistar uma vaga em Terapia Ocupacional em uma universidade pública, se mudou para Marília, interior de São Paulo.
Para ela, que gosta de dar vida a poesias, escrever é um ato de liberdade. “Escrever para mim, é me mostrar para o mundo, mas ao mesmo tempo é fazer com que a pessoa leia o meu poema e se conecte com a história dela, pois, na vida, temos experiências parecidas”, diz.
A jovem adora ler biografias, assistir Masterchef, frequentar peças de teatro e museus. “Também gosto de sair com os meus amigos e família, além de cozinhar sobremesas”, diz. A Academia Educar, para Lívia, foi o “pontapé” que a fez se enxergar como jovem protagonista da sua história no mundo.
“Aprendi a falar em público, a não cruzar os braços e ir atrás das coisas que eu sonho, aprendi a não ter medo de tentar. E foi graças a essa visão de mundo construída pela Lívia de 2018, durante a Academia Educar, que a Lívia de hoje está na universidade pública, participa de projetos voluntários e tem o propósito de mudar o mundo”, avalia.
Nos próximos quatro anos ela pretende se formar em Terapia Ocupacional, atuar na área e fazer intercâmbio.
Se ela pudesse mudar o mundo escolheria o respeito ao próximo. “Na minha opinião as pessoas acabam rotulando muito o outro pela aparência e, com isso, determinam quais rótulos vão tratar bem ou mal e vão respeitar ou não”, diz.