Israel e Suíça somam-se aos países com casos de varíola dos macacos, enquanto o aumento de contágios na Espanha levou as autoridades a aprovarem um protocolo a ser adotado pelas pessoas contagiadas e contactantes. Nos Estados Unidos, as autoridades de Nova Iorque anunciaram que um residente da cidade testou positivo para o vírus Monkeypox.
Este caso em Nova Iorque surge depois de as autoridades sanitárias de Massachusetts terem confirmado o seu primeiro caso de varíola dos macacos no dia 18 de maio.
O Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden falou neste domingo pela primeira vez sobre o assunto, declarando que o impacto da propagação da varíola pode ser “substancial”.
Biden disse que não tinha ainda sido totalmente informado pelas autoridades de saúde norte-americanas do “nível de exposição” dos Estados Unidos a este vírus, mas considerou que “é algo com que todos devem estar preocupados”, porque “se se espalhasse, seria substancial” o impacto.
As autoridades israelitas revelaram ter detectado o primeiro caso de varíola num homem que regressou de um país da Europa Ocidental e disseram que investigam outros casos suspeitos.
O Ministério da Saúde de Israel disse que o homem foi internado sábado (21) num hospital de Telavive com sintomas leves, e apelou a qualquer pessoa que regresse do estrangeiro com febre e lesões cutâneas para procurar ser vista por médico.
Também a Suíça reportou o primeiro caso de varíola detectado no país num ser humano e adiantou que a pessoa infectada é seguida em ambulatório e está isolada em casa.
Esta pessoa vive no cantão de Berna, mas foi exposta ao vírus no exterior, anunciou a Direção de Saúde do Cantão de Berna, detalhando que as suspeitas surgiram na sexta-feira e as análises laboratoriais confirmaram a suspeita no sábado à tarde.
Foi realizado um rastreio de contato, para identificar possíveis cadeias de transmissão, e todos os contatantes foram informados, referiram as autoridades cantonais em comunicado.
Na Espanha, o Ministério da Saúde e as comunidades acordaram sábado o protocolo a seguir para os infetados com o vírus da varíola dos macacos (Monkeypox), que prevê o uso da máscara, o isolamento para os infetados e que os seus contactantes reduzam ao máximo as interações sociais, enquanto os casos suspeitos aumentam, a maioria na Comunidade de Madrid.
Na Espanha já houve pelo menos 30 casos confirmados por teste PCR, todos na Comunidade de Madrid e ligados a uma sauna na cidade que foi já foi fechada, enquanto suspeitas de casos estão a crescer em todo o país, com foco na capital, Madrid, onde passaram de 15 para 39 os casos suspeitos.
Além da Comunidade de Madrid, seis outras regiões espanholas monitorizam possíveis casos.
A Organização Mundial de Saúde confirmou cerca de 80 casos em todo o mundo e cerca de 50 casos suspeitos de contágio pelo vírus Monkeypox.
A doença foi detectada nos últimos dez dias em pelo menos 12 países, incluindo Portugal (23 casos segundo a Direção-Geral da Saúde), Espanha, França, Alemanha, Grã-Bretanha, Estados Unidos, Suécia e agora Israel e Suíça.
A varíola é uma doença rara cujo agente patogénico pode ser transmitido de animais para humanos e vice-versa.
Os seus sintomas assemelham-se, de forma menos severa, aos observados no passado em indivíduos com varíola: febre, dor de cabeça, dores musculares, dores nas costas, durante os primeiros cinco dias. Em seguida, erupções cutâneas, lesões, pústulas e finalmente crostas.
Não há tratamento para a varíola, que geralmente cura espontaneamente e cujos sintomas duram de 14 a 21 dias.