Dentro do processo de retomada do cotidiano em seu campus, a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) dedicou atenção especial a dois espaços frequentados por milhares de estudantes, docentes e professores: os famosos bandejões. Neles, os “unicampers” faziam as suas refeições regularmente, até o fechamento, em 2020, em razão da pandemia do novo coronavírus.
Os bandejões são megaestruturas projetadas para garantir a alimentação da comunidade, dia e noite, a custo baixo. São espaços não só de passagem para o café da manhã, almoço e jantar, mas também de encontros, reencontros e convívio. A relação de quem frequenta os bandejões é afetiva, com histórias que avançam turmas e gerações.
Agora, com a voltas às aulas prevista para o dia 3 de março, esses ambientes foram reconfigurados.
Uma série de protocolos foi adotada pela universidade. A volta dos restaurantes universitários (RU e RS) está marcada para a próxima segunda-feira, dia 14, no campus de Barão Geraldo, em Campinas. Para o acesso, novas regras foram adotadas.
Uma das primeiras mudanças é que a bandeja ou o prato não poderá mais ser servido, ou seja, ele já estará pronto, com o alimento devidamente distribuído. A ideia é evitar ao máximo as aglomerações e fazer com que a passagem pelos corredores seja mais rápida que o usual. Inaugurado em 1976, o RU do campus, com 2 mil metros quadrados, servia 8 mil refeições até antes da pandemia.
Não serão permitidas mais as repetições e não mais serão servidos suco e café.
Barreiras acrílicas
Outra mudança importante que a Unicamp está adotando no RU e no RS é a adoção de barreiras acrílicas. Essas estruturas passaram a ser muito utilizadas em espaços coletivos, como agências bancárias e clínicas médicas. No caso dos bandejões no campus, cada visitante sentará numa espécie de “cabine”, ou seja, as barreiras terão divisórias na frente e nas laterais, de modo que o professor, servidor ou estudante não terá contato direto com os seus colegas. Há espaços vagos entre os assentos para que haja distanciamento.
Em publicação no seu Instagram oficial, onde detalha todos os protocolos, a Unicamp salienta que “a higienização das mesas e assentos será intensificada” e observa que os bandejões terão display com álcool em gel para higienização dos frequentadores.
O uso de máscara de proteção é obrigatório para circulação nos bandejões, só sendo permitida a retirada na hora da refeição.
Sem marmitex
Entre as medidas adotadas pela Unicamp nesta volta às aulas está a decisão de não mais fornecer marmitex. “A oferta dos dois tipos de serviço é inviável devido à limitação da estrutura física das cozinhas e à logística de produção e distribuição de refeições.
No comunicado que fez à comunidade universitária por meio de sua rede social, a Unicamp confirma os horários de funcionamento a partir do dia 14 de fevereiro:
♦ Restaurante Universitário (RU)
Cardápio padrão
Café da manhã (7h às 8h)
Almoço (10h30 às 14h)
Jantar (17h30 às 19h)
♦ Restaurante da Saturnino (RS)
Cardápio padrão e vegetariano
Almoço (11h às 14h)
Jantar (17h30 às 19h)
Orientações para uso seguro dos espaços
♦ Respeite as marcas de distanciamento no solo
♦ Ao entrar, use as pias para a higienização das mãos
♦ Utilize álcool gel 70% sempre que precisar
♦ Evite conversar no ambiente dos restaurantes
♦ Permaneça no refeitório apenas o tempo necessário para se alimentar
Dados e preços
O anuário estatístico da Unicamo do ano passado, com base nos dados de 2020, indica que a universidade tem 37 mil estudantes, entre alunos de graduação e pós-graduação. Os docentes somam 9 mil e os servidores quase 7 mil. Antes da pandemia, os bandejões cobravam R$ 3 por refeição para os alunos e R$ 11 para os professores. O café da manhã era R$ 2 para os alunos (graduação ou pós) e havia preços escalonados para servidores (entre R$ 2,66 e R$ 4,70) e docentes (R$ 5,21).