A Agência da ONU para Refugiados (Acnur) confirmou, nesta terça-feira (12), que a situação humanitária no Afeganistão está piorando, principalmente porque as temperaturas no país já estão caindo.
O Acnur revela que precisa de dinheiro com urgência para poder ajudar 20 milhões de civis. Há um mês, a comunidade internacional prometeu US$ 606 milhões em solidariedade ao povo afegão. Até o momento, apenas 35% do montante foi financiado.
O alerta do Acnur é feito no mesmo dia em que os líderes do G-20 reúnem-se em um encontro para debater a situação no Afeganistão, país que está sob a liderança do movimento Talibã desde 15 de agosto. O secretário-geral da ONU participa com uma mensagem na reunião do grupo das maiores economias do mundo.
Na segunda-feira, António Guterres pediu à comunidade internacional para injetar dinheiro na economia do Afeganistão e assim, prevenir um colapso.
O porta-voz do Acnur, Babar Baloch, está em Cabul e explicou que a agência está tentando criar um ponto logístico na fronteira do Afeganistão para poder distribuir ajuda a milhares de deslocados internos.
Segundo ele, a economia do país está num “ponto de ruptura” e este colapso precisa ser evitado a todo o custo, principalmente porque o Inverno está se aproximando.
O porta-voz do Acnur explicou também que a agência planeja realizar três voos para entrega de suprimentos no Afeganistão. Os aviões seguirão para Termez, no Uzbequistão e a partir dali, caminhões levarão os mantimentos até Mazar-e-Sharif. O primeiro avião deverá chegar nos próximos dias.
O Acnur lembra que mais da metade da população afegã precisa receber algum tipo de assistência, sendo que apenas 5% das famílias têm o suficiente para comer todos os dias. Mais da metade das crianças menores de cinco anos provavelmente sofrerão de desnutrição.
Além das crises econômica e política, uma seca severa e impactos no setor agrícola aumentam ainda mais a insegurança alimentar no país. Pelo menos 40 mil afegãos já buscaram abrigo em países vizinhos, como Paquistão e Tajiquistão. (Agência ONU News)