Desde a última segunda-feira (19) – e até o primeiro turno das eleições, em 2 de outubro – o Hora Campinas vai apresentar uma série de reportagens, entrevistas e conteúdo adicional relativo aos candidatos aos cargos majoritários do Planalto e do Palácio dos Bandeirantes. O material inclui textos com perfis e planos de governo dos quatro principais candidatos à Presidência da República.
Ontem (19), o eleitor pode comparar os perfis e as propostas de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL).
Nesta terça-feira (20), é a vez dos outros dois presidenciáveis melhores posicionados nos agregadores de pesquisa, ou seja, Ciro Gomes (PDT) e Simone Tebet (MDB).
A partir de quarta-feira (21) e até sexta (23), o Hora abre espaço para os três candidatos mais bem colocados nas pesquisas para o governo de São Paulo, pela ordem, Fernando Haddad (PT), Tarcísio de Freitas (Repub) e Rodrigo Garcia (PSDB).
Na última semana, o material vai incluir conteúdo sobre a disputa ao Senado por São Paulo e orientação sobre o voto para o eleitor chegar ainda mais bem informado no dia 2 de outubro. Bom voto!
Plano do candidato do PDT foca em aspectos econômicos e educacionais
O programa de governo do candidato à Presidência da República pelo PDT, Ciro Gomes, foi dividido em 12 propostas principais, com ênfase em aspectos econômicos e educacionais. Também se destacam temas ligados ao combate à corrupção, a políticas para as mulheres e a projetos para a cultura.
Ciro propõe criar um programa de transferência de renda, batizado de Eduardo Suplicy, com o objetivo de garantir R$ 1 mil, em média, para famílias mais pobres. Segundo ele, o programa exigirá um investimento de aproximadamente R$ 379 bilhões, obtidos com a unificação do Auxílio Brasil, da Aposentadoria Rural e do Benefício de Prestação Continuidade (BPC), além de uma reforma tributária que prevê a cobrança de um imposto de 50 centavos a cada R$ 100 das fortunas acima de R$ 20 milhões.
O programa também visa a criar um Plano Emergencial de Pleno Emprego, para gerar 5 milhões de vagas nos dois primeiros anos de governo. A ideia, segundo Ciro, é retomar todas as obras já licitadas que foram paralisadas ou não iniciadas, especialmente as relacionadas à habitação, saneamento, transporte público e mobilidade urbana.
O candidato também promete aumentar o salário-mínimo sempre acima da inflação. Quanto à política de preços dos combustíveis, ele pretende reduzir o custo da gasolina e do diesel, para aliviar o gasto das famílias e ajudar a conter a inflação e, ao mesmo tempo, reduzir pela metade o preço do gás de cozinha para famílias com renda mensal de até três salários-mínimos.
Outra vertente importante do programa de governo do PDT é o combate à corrupção e à violência. Ciro explica que está elaborando, ao lado de especialistas, um plano de combate à corrupção e outro de segurança pública. Segundo ele, a corrupção é um problema causado não apenas por defeitos morais, mas por profundas falhas políticas e institucionais.
Um dos pontos mais detalhados nas propostas de governo de Ciro é o que trata da educação. A meta é transformá-la numa das dez melhores do mundo, num prazo de 15 anos. Entre as ações já delineadas estão: implantar métodos pedagógicos que valorizem o pensamento crítico e analítico dos alunos; investir na formação, capacitação e remuneração dos professores e diretores; e manter sob permanente avaliação o desempenho das escolas e de seus corpos diretivo, docente e discente. Na área da saúde, as propostas são enfrentar o preço dos medicamentos e insumos hospitalares, criando o Complexo Industrial da Saúde, que passaria a produzir a maior parte dos medicamentos hoje importados, além de componentes químicos de medicamentos com a patente vencida.
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Candidata do MDB defende programa permanente de transferência de renda
O programa de governo da candidata à Presidência da República pelo MDB, Simone Tebet, tem 48 páginas e é dividido em quatro eixos principais: justiça social, cidadania e combate a desigualdades; economia verde e desenvolvimento sustentável; governo parceiro da iniciativa privada; e governo inclusivo, seguro e transparente.
No detalhamento, a proposta defende a implementação de um programa permanente de transferência de renda com novos critérios, que substituiria o atual Auxílio Brasil. Na saúde, o texto cita a elevação da participação da União no Sistema Único de Saúde (SUS). Outro ponto de destaque do plano de governo de Tebet é a recriação dos ministérios da Cultura e do Planejamento, além de mudanças na cobrança do Imposto de Renda Pessoa Física.
Na área ambiental, o documento propõe retomar o Fundo Amazônia; uma política de “tolerância zero” contra o desmatamento ilegal; regulamentar o sistema de créditos de carbono; e desenvolver um novo Marco Legal para a pesca.
O plano defende ainda uma “reconstrução, ampla e abrangente” do país que teria como ponto de partida a retomada do crescimento econômico para “acabar com a fome e a miséria, reduzir as desigualdades, voltar a criar empregos e gerar renda no volume e na qualidade que nossa população necessita”.
A proposta de Simone Tebet coloca a área de educação no topo das prioridades nacionais, liderada e coordenada pela União. O documento defende a educação em tempo integral e uma nova base curricular que aproxime o ensino médio, o ensino profissionalizante e o ensino técnico do mercado de trabalho, “com professores valorizados e infraestrutura adequada”. Os recursos arrecadados com as privatizações de estatais, segundo o texto, seriam destinados à redução da pobreza e à educação infantil.
O plano de governo de Tebet também planeja a aprovação, nos primeiros seis meses de governo, de uma reforma tributária, que já tramita no Congresso, para criar um imposto sobre valor agregado em substituição a diversos outros tributos e simplificar o sistema.