A Secretaria de Saúde de Campinas iniciou nesta semana uma parceria com a Unicamp para realizar a busca ativa de 35 mil crianças na faixa etária de 0 até 5 anos que estão com o esquema vacinal desatualizado, portanto, com atraso na aplicação de alguma dose.
Os dados são uma estimativa da Pasta, com base no sistema e-SUS APS, preenchido pelo Município. O público-alvo representa 40% do total de crianças desta faixa etária na cidade.
O apoio do Departamento de Pediatria da universidade ao Programa Municipal de Imunização acontece por meio de um projeto de extensão sob a supervisão da médica e professora Roberta Vacari de Alcantara.
Os participantes irão auxiliar a secretaria no contato com pais ou responsáveis pelas crianças. O objetivo é convocar para a vacinação e analisar os motivos pelos quais elas deixaram de receber as doses no momento em que deveriam ser aplicadas.
As doses mais atrasadas são as de reforço, principalmente a segunda.
O início da mobilização será pela região que tem como referência o Centro de Saúde (CS) Taquaral, mas a expectativa é de que moradores de todas as áreas sejam visitados.
“Trata-se de mais uma estratégia que visa resgatar crianças que possam estar sem as vacinas adequadas para a faixa etária e, dessa forma, suscetíveis a doenças que poderiam ser evitadas”, destacou a coordenadora do Programa de Imunização em Campinas, Chaúla Vizelli. “Essa ação de busca ativa já é desenvolvida pelas equipes de todos os centros de saúde, mas o envolvimento de estudantes da área da saúde da Unicamp vai contribuir para o avanço nos contatos com os responsáveis.”
Campanha de Multivacinação
No mês de março Campinas aderiu à Campanha de Multivacinação do Estado de São Paulo com foco nas doenças preveníveis nas escolas públicas de ensino infantil. Neste caso, o cruzamento de dados de crianças com esquemas faltosos de vacinação com os de matrículas da Secretaria de Educação é direcionado somente para crianças de até 5 anos nas escolas da rede municipal.
Esta campanha tem propósito de atualizar a cobertura para as doses contra: poliomielite, meningocóccica C conjugada, tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola), febre amarela, pentavalente (difteria, tétano, coqueluche, hepatite B e doenças invasivas causadas pelo Haemophilus influenzae B), HPV (entre 9 e 14 anos), meningocócica ACWY e covid-19.
A Saúde destaca que outros imunizantes, para crianças e adolescentes, estão disponíveis.
“Os centros de saúde têm doses disponíveis e as salas de vacinação funcionam normalmente, conforme horário de cada uma das 68 unidades básicas”, disse Chaúla, ao ressaltar que adultos também podem colocar as cadernetas em dia, caso seja necessário.
“A campanha é mais uma oportunidade de aumentar a cobertura vacinal, independente da forma de adesão”, explicou a coordenadora. Os índices de cobertura em 2023 ficaram entre 80,4% e 102,2% – neste caso, o maior percentual inclui crianças de outras cidades imunizadas em Campinas.