Não bastasse o crítico momento vivido pela equipe dentro de campo, amargando uma sequência de 10 jogos sem vitória que resultou na entrada na zona de rebaixamento da Série B, em trágica noite de derrota dentro de casa para o Avaí, no último sábado (4), a Ponte Preta iniciou a semana da pior forma possível, com duas notícias que deixaram o torcedor ainda mais preocupado quanto ao destino do clube.
A primeira delas é que o elenco decidiu não se reapresentar nesta segunda-feira (6), como forma de protesto pelos atrasos salariais, que na maioria dos casos correspondem a dois meses em aberto. Os jogadores já haviam adotado greve de silêncio na saída de campo do duelo do fim de semana, deixando de atender a imprensa tanto no intervalo quanto ao término da partida disputada no estádio Moisés Lucarelli, em Campinas. A expectativa é que as atividades no CT Jardim Eulina sejam retomadas na terça (7), a partir do acerto de parte das pendências financeiras.
A delegação pontepretana viaja na quinta-feira (9) para Tombos, em Minas Gerais, onde enfrenta o Tombense, no sábado (11), em confronto direto contra o rebaixamento, pela 36ª rodada da Série B. As duas equipes estão separadas por apenas dois pontos – a Ponte abre o Z4, com 35, e os mineiros aparecem na 14ª colocação, com 37. A Macaca precisa da vitória para deixar a degola.
A outra má notícia, também relacionada à grave crise financeira que o clube alvinegro enfrenta, diz respeito à determinação judicial de despejo do CT das categorias de base, em Jaguariúna, devido à falta de pagamento de aluguel. O mandado para cumprimento imediato da ordem saiu nesta segunda-feira (6), expedido pelo juiz Rafael Imbrunito Flores. Ainda cabe recurso. O processo corre desde maio de 2022, na 2ª Vara Cível da Comarca de Jaguariúna. Chegaram a haver dois acordos homologados, mas a Ponte não cumpriu integralmente.
O Recanto da Macaca, como é chamado, abriga mais de 100 jovens atletas das categorias sub-15, sub-17 e parte da sub-20. O CT em Jaguariúna é utilizado pela Ponte Preta desde 2011 e também foi alvo de ação de despejo em 2019, mas na época o clube conseguiu contornar a situação. A dívida atual com os proprietários do local, que pretendem construir um novo empreendimento no terreno, corresponde a R$ 637 mil. A intenção da Ponte é transferir os garotos da base para um novo centro de treinamento que está sendo preparado em Jaguariúna.