A farmácia localizada na Avenida Emilio Bosco, no Matão, era mais do que um ponto de vendas de remédio nos anos de 1990. No local, os moradores do distrito de Sumaré sabiam que também poderiam encontrar um porto seguro. O dono do estabelecimento era conhecido nas redondezas pela sua disposição em ajudar. E seu envolvimento com a população, aliado à influência do sogro Alfredo Ruzza, que liderava movimentos sociais, o conduziu à carreira política.
O Dirceu da Farmácia se tornou prefeito e hoje, como deputado estadual, vê o filho Luiz seguindo seus passos à frente da cidade que ajuda a crescer e que na última quarta-feira (26) completou 155 anos de fundação.
“Lembro que as pessoas o procuravam e ele contribuía da forma que podia, financeiramente e com medicamentos. Pude ver o seu carisma”, conta o técnico em enfermagem Clésio Gomes Ferreira, referindo-se ao comerciante Dirceu Dalben, na época ainda distante da vida pública.
Funcionário da farmácia no Matão durante cinco anos, Clésio foi uma dessas pessoas que pôde contar com a ajuda do então futuro prefeito de Sumaré. “Ele estendeu a mão para minha mãe e irmãos e me deu confiança e autonomia como funcionário.”
Dirceu Dalben foi chefe do Executivo da segunda maior cidade da Região Metropolitana de Campinas de 1997 a 2004. Nesse período, o filho Luiz ainda estava passando da infância para a adolescência. “Lembro dele criança”, conta Clésio, que deixou a farmácia, casou, teve filhos e seguiu sua vida em Campinas, enquanto o garoto que viu crescer se envolvia na política.
Em 2012, Luiz Dalben foi vice-prefeito, e em 2016 ganhou a eleição, assumindo no ano seguinte a cadeira do Executivo.
Atualmente, com 33 anos, está em seu segundo mandato e conta com o auxílio de Dirceu na defesa dos interesses de Sumaré junto ao governo na Assembleia Legislativa. “Acredito que o Luiz foi influenciado ao ver o pai ajudando as pessoas”, diz Clésio.
O jovem, por sua vez, conta que a indignação de ver um buraco numa rua perto da farmácia de propriedade da família na Área Cura o conduziu à política, mesmo contra a vontade da mãe Mara. Hoje, trabalha para manter os olhos voltados às necessidades da população, assim como faz a família Dalben, desde a época do avô Alfredo e do começo da farmácia na Avenida Emilio Bosco, no Matão.