Campinas decretou estado de emergência para a dengue. A decisão foi tomada na manhã desta quinta-feira (7), após reunião entre o prefeito, Dário Saadi, e gestores da Secretaria de Saúde.
A cidade já registrou neste ano 14.838 casos confirmados e três mortes pela doença. O texto do decreto será publicado em Diário Oficial nesta sexta-feira (8).
O que muda?
A situação de emergência permite adoção de medidas administrativas e assistenciais necessárias à contenção do aumento de casos de dengue.
Isso inclui direcionamento de recursos financeiros e agilidade na compra de insumos como soro e materiais para nebulização, além de pagamento de horas extras e eventual contratação de pessoal para reforçar a assistência em saúde.
O decreto permite também recebimento de aporte financeiro do Ministério da Saúde, com valor a ser confirmado, para apoio nas ações de prevenção e combate à doença.
Projeções de pico da epidemia
Campinas registra pela primeira vez na história a cocirculação de três sorotipos da dengue: DEN 1, DEN 2 e DEN 3. Desde o início de outubro a cidade apresenta condições climáticas consideradas ideais para o desenvolvimento e proliferação do mosquito Aedes aegypti, vetor da dengue.
A Saúde também observou aumento de casos confirmados nas últimas semanas. Projeções indicam a possibilidade da cidade alcançar pico da epidemia no mês de abril.
Orientações sobre assistência
A Secretaria de Saúde orienta as pessoas a procurarem um centro de saúde em caso de febre para diagnóstico clínico. O apelo é pela não banalização dos sintomas e para evitar a automedicação, o que pode comprometer a avaliação médica, tratamento e recuperação.
Já quem estiver com suspeita de dengue ou doença confirmada e apresentar sinais de tontura, dor abdominal muito forte, vômitos repetidos, suor frio ou sangramentos deve buscar o quanto antes por auxílio em pronto-socorro ou em Unidade de Pronto Atendimento (UPA), alerta a Pasta.
O que já foi feito e próximo mutirão
A Secretaria de Saúde lembra que desde dezembro de 2023 já colocou em prática uma série de medidas consideradas adicionais, sobre o plano regular de prevenção e combate à dengue.
Neste ano, agentes de Saúde já visitaram 24,5 mil imóveis em cinco mutirões. Também realizaram ações de visitas às residências que antecederam os mutirões para orientar a população e eliminar criadouros do mosquito transmissor da doença.
O plano inclui uma Sala de Situação para análise sistemática, reorganização da rede municipal de saúde e um novo site para divulgar informações.
Os mutirões começaram em 6 de janeiro, nas regiões com mais casos suspeitos e confirmados, e a programação com esta frequência está mantida pelo menos até o início de abril.
O próximo será neste sábado (9), a partir das 8h, e os agentes da Secretaria de Saúde devem percorrer imóveis das seguintes regiões no período da manhã:
– Núcleo Residencial Gênesis
– Núcleo Residencial Getúlio Vargas
– Núcleo Residencial Parque Dom Bosco
– Parque São Quirino
– Jardim Santana
– Vila Nogueira
– Cafezinho
– Jardim Nilópolis
– Capadócia
Os locais foram selecionados por causa do número de casos confirmados ou suspeitos de dengue nos últimos 14 dias e o objetivo é mobilizar a população para cuidados.
O ponto de encontro das equipes será o Centro de Educação Infantil (CEI) Recanto da Alegria que fica na Rua Joaquim Gomes Ferreira, 12, no Jardim Nilópolis.
O mutirão deste sábado deve reunir pelo menos 100 agentes da Saúde, incluindo os trabalhadores da empresa terceirizada Impacto Controle de Pragas, que atuam nas visitas aos imóveis para orientação e eliminação de criadouros. Eles usam camiseta branca, com logo da empresa, e calça na cor cinza. Em caso de dúvidas sobre a identificação, a população pode pedir informações pelo telefone 199, da Defesa Civil.
Estatísticas do Departamento de Vigilância em Saúde (Devisa) mostram que 80% dos criadouros estão nas residências.